A COBRA CORAL FAZENDO TURISMO NO BRASIL CENTRAL

 

Ilustração de Bajado, artista popular de Olinda e torcedor do Santa


 

Há alguns anos, quando a Copa do Nordeste era dirigida unicamente pela Liga do Nordeste, foi programado um jogo do Santa Cruz contra o Fortaleza para um sábado de carnaval, no Arruda. O presidente da FPF, Carlos Alberto Oliveira, não aceitou. Galo da Madrugada, troças e blocos enchendo as ladeiras de Olinda, a frevança espalhada por toda parte, haveria dificuldades de estratégia, de policiamento e certamente pouco público, com muita gente bêbada e por aí vai.

O baiano Paulo Carneiro, presidente da Liga e do Vitória, apoiado por Luciano Bivar, que fazia parte da diretoria, ficou irredutível. Luciano chegou a ironizar ao dizer que não se justificava deixar de fazer o jogo por causa de um bloco que arrastava “meia dúzia de pessoas”. A Polícia Militar mostrou a impossibilidade de dar garantia, posto que sua programação para a época fora organizada antecipadamente sem futebol.

A Liga fez ouvido de mercador. O Fortaleza viajou ao Recife, mas só para passear. Se o pessoal viu ou não o desfile do Galo não se sabe. O que é certo é que o Tricolor do Pici pegou o primeiro avião e se mandou. Ou seja, veio apenas fazer turismo forçado.

Foi o que aconteceu com o Santa Cruz nesta sua ida a Goiânia, só que por outro motivo. A Cobrinha deveria enfrentar o Ypiranga-AP, em Macapá, porém, a praça lá foi fechada por causa do aumento avassalador do terrível coronavírus. Jogo transferido para a capital de Goiás. O Santinha desceu na capital goiana e foi informado de que, juntamente com o Ypiranga, deveria procurar outro terreiro para baixar. O governo estadual acabara de proibir futebol na sua área, por enquanto. E a Cobra Coral, tal qual o Fortaleza, no passado, fez apenas um ‘passeio’ à terra das duplas sertanejas.

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