Toco, travo e canela


Um fato inusitado aconteceu num jogo de fim de ano, colocando uma porção de craques em férias para jogar bola, como relata um dos promotores do evento.

Abelhas em campo apavoram os jogadores

O veterano Amaury Veloso, ao lado de quem trabalhei vários anos no Diario de Pernambuco, vivenciou muitos episódios no futebol pernambucano, como jornalista, agenciador de jogadores e assessor de imprensa do Sport. Amaury, até hoje abstêmio  pela própria natureza, é amicíssimo do técnico Nereu Pinheiro, atualmente dando uma força a Chiquinho, jogador que ele descobriu no Peladão e que ocupa o cargo de secretário executivo de Esportes em Olinda.

Apesar tolerar qualquer bebida alcoólica para consumo próprio, Amaury, no entanto, tolerava o álcool dos outros. Pelo menos acompanhou Nereu várias veze numa farra. O então treinador, que hoje é evangélico e leva uma vida pacata, longe da água que passarinho não bebe, tomava todas. E Amaury só à base do guaraná Fratelli Vita, que era uma gostosura. Pena que não exista mais.

Nereu teve que correr para se proteger


Quando chegava o fim do ano, a dupla organizava uma seleção de jogadores em férias, principalmente com os que jogavam fora de Pernambuco, e saía por aí, realizando amistosos.  Interessados em ver os caras jogando era o que não falava. As cidades de Jaboatão dos Guararapes, Vitória de Santo Antão, Carpina, Nazaré da Mata, Bezerros, Timbaúba, Limoeiro, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Palmares, Cabo de Santo Agostinho, Abreu e Lima, Escada e por aí vai. O dinheiro arrecadado era dividido entre os jogadores. Os dois organizadores também levavam a sua parte, é claro. Daqui pra frente, o relato é de Amaury:

“Ricardo Rocha, na época, estava na Seleção Brasileira e botava muita banca. Só ia para receber mais dinheiro que os companheiros. Mas recebia, a exemplo daquela turma. O goleiro Banana, do Santa Cruz, sempre nos acompanhava, a exemplo de Roberval, zagueiro do América, o saudoso Marcos Costa, Balaio, ex-Sport e Inter, Rogério, Douglas, Sérgio China, hoje treinador do Salgueiro, e tantos outros.

Mas um jogo que ficou na história aconteceu na cidade de Carpina, no campo do Santa Cruz. O jogo transcorria normalmente, com o saudoso Adilson Couto na transmissão, e a Rede Globo de Televisão. Paulo Moraes sempre nos prestigiava. De repente, surge um enxame de abelhas, no estádio e no campo. Todos tiveram que se deitar no chão. Durou dois minutos. A notícia tornou-se nacional porque a emissora de TV passou para o Brasil inteiro, e Mário Ciríaco, presidente da liga local, vibrando com o acontecimento.”



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