Acredita-se que ninguém de
bom senso tenha alimentado a esperança de Sport e Ponte Preta chegarem à Série
A 2019, via tapetão, deixando o Ceará e o Goiás no ora veja. Ao mesmo tempo
nenhuma punição deve ser aplicada aos dois clubes pela utilização do lateral
mato-grossense Ernandes, um jogador que, acaba de ser descoberto, tem dualidade de documentos a indicar a data de
seu nascimento.
Se algum castigo tiver de
ser aplicado, a pena deve cair sobre a cabeça do infrator, no caso o atleta. Este
defendeu o Ceará num jogo da Série A contra o Santos e em 31 partidas da Série
B, defendendo o Goiás.
CLUBES
INOCENTADOS
Quem garante a impossibilidade
de Ceará e Goiás perderem pontos é Reynaldo Buzzoni, diretor de registros da
CBF. Numa entrevista concedida ao jornal O
Povo, de Fortaleza, ele declarou:
– É uma questão clara do
regulamento geral de competições. A irregularidade no ato do registro não é uma
irregularidade na condição de jogo. Ele tinha condição. Não é nem um caso de
STJD. A CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas) é que vai apreciar.
Dois anos a mais ou a menos não têm impacto esportivo no Brasileirão. O
registro está errado há 20 anos. Não vejo uma punição ao clube. O RGC
(Regulamento Geral de Competições 2018) é claro quanto a isso.
Ernandes em ação pelo Ceará contra o CSA (Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas) |
CULPA
É DO ATLETA
De acordo com o diretor de
assuntos jurídicos do Ceará, Jamilson Veras, mesmo que o jogador tenha de fato
atuado durante todo o ano com um documento falso, o Código Brasileiro de
Justiça Desportiva (CBDJ) prevê, em artigo específico, punição ao atleta, não
ao clube.
O artigo mencionado pelo
dirigente é o 234, que pune com 189 a 72º dias quem “falsificar, no todo ou em
parte, documento público ou particular, omitir declaração que nele deveria
constar, inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria
ser escrita, para o fim de usá-lo perante a Justiça Desportiva ou entidade desportiva.”
Além disso, uma multa entre R$ 100 e R$ 100 mil pode ser aplicada.
No caso do Sport, é bom que
se diga, seus dirigentes ficaram apenas de antena ligada, posto que quem
levantou a lebre foi a Ponte Preta, que continua disposta a brigar para tomar a
vaga do Goiás na divisão principal do Campeonato Brasileiro.
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