Almir, ainda com cara de menino, conversando descontraidamente com Sabará |
Em 1958 o futebol do Rio de
Janeiro viveu um ano esplendoroso. O campeonato da então Capital Federal
precisou de dois tricampeonatos extras para apontar seu campeão. Por isso, o
vencedor da disputa, o Clube de Regatas Vasco da Gama, foi considerado super-supercampeão
ou hiper campeão.
Havia pouco tempo que o
Santa Cruz disputara o título de Pernambuco numa disputa extra com Náutico e
Sport (cada clube havia levantado um turno), tendo se tornado, em março de
1958, supercampeão pernambucano de 1957.
O certame carioca durou mais
de seis meses. Após dois turnos, ambos com ida e volta, e um total de 132 jogos.
Quando faltavam duas rodadas, o Vasco tinha quatro pontos de vantagem para o Botafogo
e o Flamengo. Bastava-lhe um empate numa das duas partidas para dar a volta
olímpica, mas sofreu duas derrotas, deixando sua torcida frustrada.
Os três
terminaram o último turno em condições absolutamente iguais. Cada um deles
tinha 32 pontos (a vitória valia 2 pontos, e o empate, 1), com 14 vitórias, 4
empates e 4 derrotas.
Dessa maneira houve a
necessidade de um torneio triangular, chamado de supercampeonato. O futebol
carioca, cujo prestígio se espalhava pelo Brasil, através das ondas potentes das
rádios Tupi, Nacional e Globo, numa época em que a tevê brasileira ainda estava
em fase embrionária, vivia dias de intensa agitação. Fazia poucos meses que o
Brasil havia sido campeão do mundo na Suécia.
VERDADEIRA
CONSTELAÇÃO
O Campeonato Carioca de 1958
reunia uma autêntica constelação de astros que haviam participado da campanha
do Brasil na Copa do Mundo da Suécia, quando a Canarinha deu a volta olímpica
pela primeira vez. Ao todo, 12: Orlando, Belline e o pernambucano Vavá, pelo
Vasco; Nilton Santos, Didi e Garrincha (Botafogo); os alagoanos Zagallo e Dida,
Moacir e Joel (Flamengo); Zózimo (Bangu); e Castilho (Fluminense).
O supercampeonato começou
com uma vitória do Vasco sobre o Flamengo por 2 x 0, gols de Pinga e Almir, apelidado
de O Pernambuquinho e que tinha chegado ao Rio havia pouco mais de um ano,
oriundo do juvenil do Sport. Em seguida, o Flamengo venceu o Botafogo por 2 x
1. No terceiro jogo, Vasco x Botafogo, 1 x 0 para o time da Estrela Solitária.
Tudo igual novamente, tendo
havido necessidade da realização de novo triangular, ou supercampeonato, cujos
resultados foram Vasco 2 x 1 Botafogo, Botafogo 2 x 2 Flamengo e Vasco 1 x 1
Flamengo. Assim, a pontuação final foi: 1º) Vasco, 3; 2º) Flamengo, 2; 3º)
Botafogo, 1.
VASCO 1 x 1 FLAMENGO
Data: 17/01/1959
Local: Maracanã
Público: 130.832 pagantes
Renda: Cr$ 5.621.768,00
Árbitro: Eunápio de Queiróz
Gols: Roberto Pinto-VAS aos 13' e Babá-FLA aos 24' do 2º tempo.
VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Orlando e Coronel; Écio e Valdemar; Sabará, Almir, Roberto Pinto e Pinga - Técnico: Francisco de Souza Ferreira, o Gradim.
FLAMENGO: Fernando, Joubert, Pavão, Jadir e Jordan; Dequinha e Moacir; Luiz Carlos, Henrique, Dida e Babá - Técnico: Fleitas Solich.
Data: 17/01/1959
Local: Maracanã
Público: 130.832 pagantes
Renda: Cr$ 5.621.768,00
Árbitro: Eunápio de Queiróz
Gols: Roberto Pinto-VAS aos 13' e Babá-FLA aos 24' do 2º tempo.
VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Orlando e Coronel; Écio e Valdemar; Sabará, Almir, Roberto Pinto e Pinga - Técnico: Francisco de Souza Ferreira, o Gradim.
FLAMENGO: Fernando, Joubert, Pavão, Jadir e Jordan; Dequinha e Moacir; Luiz Carlos, Henrique, Dida e Babá - Técnico: Fleitas Solich.
PASSARAM POR PERNAMBUCO
Dos personagens daquela célebre decisão carioca, além do pernambucano
Almir, passaram mais tarde pelo futebol de Pernambuco, o lateral direito
Paulinho (de Almeida), já como técnico (Náutico e Sport); o lateral esquerdo
Coronel (Náutico); Dequinha, ex-jogador do América, que voltou mais tarde,
agora como treinador do Alviverde; Joubert, técnico (Santa Cruz); Gradim,
treinador do Santa Cruz e do Náutico. e o ex-goleiro Castilho, que treinou a
equipe do Sport.
Quanto ao centroavante Vavá, este teve seu passe vendido ao Atlético de
Madrid, mas ainda participou do começo do campeonato.
WALDEMAR A PÉ
Um detalhe curioso é que Waldemar, um dos super-supercampeões pelo Vasco
da Gama, saiu vestido no suado uniforme do jogo, do Maracanã até São Januário,
a pé. Durante o trajeto era efusivamente festejado por torcedores vascaínos.
Não faltaram os cumprimentos dos tristonhos flamenguistas que cruzavam o
caminho do herói do futebol carioca.
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