Gena, amigo da bola, ou a bola amiga de Gena?
PAULO MORAES
PAULO MORAES
Há menos
de seis meses, depois da morte do ídolo Gena, volto às letras. Volto com o
"Alô, Alô, Saudade'' no blog do irmão Lenivaldo Aragão. Saudade de Gena,
claro!
Gena,
genial? gênio? sim. Foi embora o formidável lateral direito que se consagrou no
Náutico, no Santa Cruz e na seleção pernambucana. No meu coração, dor e
saudade! Não lembro da primeira vez que o vi jogar. Só sei que vi o seu show
tantas e tantas vezes. Como era elegante com a bola nos pés. Estourar bola,
nunca. Não nasceu pra isso.
Com a
bola, saía da área, com elegância, com muita classe. Não sei quem era mais
amigo, se a bola dele ou ele da bola. A bola e Gena, juntos eram amigos,
sempre.
Conheci
Gena na época do Hexa do Náutico (63/68). Não estava no tantas vezes campeão,
no primeiro ano de belas glórias. Em 63, os laterais foram Gernan, que veio de
Alagoas, e Nélson que foi contratado ao Palmeiras. De 64 em diante a camisa
dois vermelha e branca foi só dele. Ninguém tinha futebol para tomar seu lugar.
Tardes e
noites de quem tanto sabia jogar. Eu não torcia pelo Náutico, mas era feliz com
aqueles craques (Salomão, Bita, Nado, Ivan, Lala, e Gena, lógico). Num dia, o
milionário e saudoso James Thorp, o levou para o meu querido Santa. O show
continuou. No tricolor penta (69/73) foi campeão três vezes. Nos tornamos
amigos. Eu, rindo com o baile dele em campo, ele enchendo de alegria uma
multidão de gente.
Em uma
das cervejadas, e foram tantas, hein Gena? você nos revelou ter sido o primeiro
lateral a sair para o ataque. Analisei por semanas, meses e descobri.Tudo
verdade; o nosso Gena não foi a nenhuma Copa do Mundo, não pegou um pau de
arara para o Rio ou São Paulo. Santa injustiça não ter chegado à Seleção Brasileira.
A justiça invadiu nossos olhos para vê-lo embelezar o futebol.
No
cemitério de Santo Amaro, no enterro dele, vi lágrimas, muitas lágrimas. Eu
aqui, choro na minha saudade. Que no céu tenha uma bola para o show continuar.
Aplauso, aplausos para o grande e ilustre Genival de Barros, o nosso querido
Gena.
Um recado
para o brilhante jornalista Roberto Avalone, da imprensa paulista que também
foi embora hã pouco tempo para junto de Deus. Quando puder, mande um texto
sobre o futebol de Gena lá em cima. Ficarei muito feliz em receber coisas de
lá, lá do Reino de Deus.
Por aqui,
parabéns aos rubro-negros campeões pernambucanos de 2019. Salve o Leão de 42
títulos estaduais.
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