O jornalista e cineasta
Kleber Mendonça Filho voltou a orgulhar os pernambucanos, com a vitória no Júri
do tradicional Festival de Cannes, na França, com seu filme Bacurau, depois do sucesso anterior do Som ao Redor e de Aquarius.
A cidade que tem seu nome há muito tempo ligado
à chamada sétima arte, já consagrou dois outros pernambucanos, num campo completamente
diferente àquele em que Kleber milita, porém, fazendo parte, como o cinema, do
mundo das diversões.
PANTERA COR DE ROSA
Do cinema para o futebol, continuando a ter a
cinematográfica Cannes por cenário. Ali, em 1972, o ponta-direita Gilvan, do
Náutico, e o meia Zé Carlos Olímpico, sergipano de nascimento e pernambucano
por opção, do Santa Cruz, ajudaram o Brasil a levantar o Torneio Internacional
de Cannes.
Gilvan, campeão pelo Brasil, em Cannes, e Rubem Moreira, o 'vice-rei' do Nordeste |
Era uma disputa na categoria juvenil, hoje
chamada de sub-20, que fazia as vezes do inexistente campeonato mundial. Depois
o torneio passou a ser disputado em Toulon, também na França.
Contra a Guatemala no próximo domingo, 2 de
junho, o Brasil estreará em mais uma edição do Torneio Internacional de Toulon,
agora na categoria sub-23. Entre os jogadores convocados está um jogador de
Pernambuco, o zagueiro Adryelson, do Sport, que passa por um belo momento de
sua carreira.
Voltando a Cannes, este blog já falou sobre
Zé Carlos Olímpico, assim chamado porque no mesmo ano de 1972 participou também
da Olimpíada de Munique, na Alemanha.
Quem é focalizado agora é Gilvan, jogador
saído das divisões de base do Náutico, cuja maneira de correr levou o irreverente
radialista Haroldo Rômulo a apelidá-lo como A Pantera Cor de Rosa, denominação
de antigo desenho animado que ainda faz sucesso no meio da gurizada.
TIME DA LARANJA
Surgido no juvenil alvirrubro, Gilvan já
começava a ter vez no time principal, antes de ser convocado por Antoninho.
Jogou pela primeira vez entre os cobras, no dia 12 de setembro de 1971.
Na época, a equipe titular do Náutico
excursionava pelo Caribe, sob o comando do técnico Nelson Lucena. Enquanto
isso, o chamado ‘time da laranja’, reforçado do artilheiro Bita, recuperando-se
de uma lesão, saiu por aí...Fazendo as vezes de chefe da delegação, tesoureiro
e técnico, estava o veterano e vitorioso Palmeira, supervisor do futebol nos
Aflitos.
A estreia da Pantera, se deu em Goiânia/GO
num jogo valendo pelo Torneio Integração, do qual participaram Náutico,
Campinas/GO, Fluminense de Feira de Santana/BA e Fortaleza/CE.
Houve empate de 0x0 entre Náutico e
Fluminense no tempo normal, com o Timbu vencendo a prorrogação por 1x0. A
formação que marcou o debute do garoto Gilmar foi esta: Dé; Lúcio Mauro,
Eduardo, Fernando Biquara e Marinho – ele mesmo, o que mais tarde chegaria
seleção principal do Brasil; Pedrinho e Moreno; Gilvan, Bita, Zezinho e Carlos
César.
A GLÓRIA
No ano seguinte, em Cannes, o Brasil, depois
de derrotar por 3x1 o Sporting, representando a seleção portuguesa, e a União
Soviética por 2x0, decidiu o título de campeão com a Argentina, a quem derrotou
por 2x1.
O Brasil alinhou: Victor (Cruzeiro), Terezo (América-RJ), Márcio
(Atlético-MG), Levir (Coritiba) e Bolívar (Internacional); Falcão
(Internacional), Carlos Alberto Pintinho (Fluminense) e Washington (Guarani);
Tuca (Botafogo), Gilvan (Náutico-PE) (Zé Carlos (Santa Cruz) e Manuel
(Internacional). Técnico: Antoninho.
DEDEU NO CAMINHO
Gilvan voltou da França prestigiado. No Náutico, Gilvan travou uma
intensa batalha para se firmar, mas a camisa 7 tinha um dono, o célebre ponta-direita
Dedeu, emérito driblador, velocista e finalizador.
A última partida de Gilvan pelo Náutico aconteceu em 14 de outubro de
1977. Era a terceira batalha entre o Alvirrubro e o Sport, na melhor de três do
Campeonato Pernambucano. Antes tinha havido uma vitória rubro-negra, na Ilha,
por 2x0 e um empate de 0x0, no Arruda. Novamente jogando no Mundão, as duas
equipes voltaram a empatar, agora por 1x1, resultado que tornou o Sport
campeão. Jogo com 39.288 pagantes.
Na última aparição de Gilvan pela equipe alvirrubra, a formação foi
esta: Tonho; Clésio, Marião, Sidcley e Carlos Alberto Rocha; Drailton, Didi
Duarte e Toninho Vanusa; Zuza (Gilvan), Titica e Marquinhos.
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