Futebol e Essa Coisa Toda


Lenivaldo Aragão

(Catorze notas abordando os mais diferentes assuntos)

A HORA DA ONÇA BEBER ÁGUA

Os cálculos já foram feitos e cada clube sabe o que precisa realizar para, pelo menos, botar um pé no mata-mata da Série C. O Sampaio Corrêa, melhor time do Grupo A, já está lá. Em Pernambuco, o Náutico encontra-se perto e o Santa Cruz sofre desesperadamente. Só para reavivar a mente do torcedor, vejamos a programação desta penúltima rodada:
Sábado, 17:
Botafogo/PB (5º/24) x Náutico (2º/27), 17h, Almeidão, João Pessoa
Imperatriz/MA (4º/24) x Ferroviário/CE (6º/23), 19h, Castelão, São Luís
ABC/RN (10º/14) x Sampaio Corrêa (1º/30), 19h15, Frasqueirão, Natal
Domingo, 18
Santa Cruz (7º/22) x Globo/RN (8º/16), 18h, Arena de Pernambuco, São Lourenço da Mata
Confiança (3º/25) x Treze (9º/15), 18h, Batistão, Aracaju.

EMPATE DÁ PARA O TIMBU
O Náutico joga em João Pessoa, sabendo da volúpia do Botafogo paraibano em busca da vitória que o levará de volta ao G4. Se a equipe comandada por Gilmar Dal Pozzo, que terá Jefferson, Hereda, Diego Silva, Camutanga e Eric Daltro; Josa, Jhonnatan e Jean Carlos; Thiago, Matheus Carvalho e Rafael Oliveira, conseguir domar a fera em seu território, a pátria estará salva. O nó é que há 18 anos, o time dos Aflitos não consegue derrotar o Belo na capital paraibana. O técnico Evaristo Piza manda a campo Saulo, Neilson, Donato, Fred e Fábio Alves; Serginho, Juninho, Marcos Aurélio e Clayton; Kevin e Nando. Um empate bota os alvirrubros nas quartas de final.

Jhonattan (Léo Lemos/CNC)


E O SANTINHA?
No Santa Cruz, o técnico Milton Mendes procura manter alto o estado de espírito do pessoal, mas sabe que os obstáculos se avolumaram. Começa pelo adversário, que tem demonstrado não ser aquela moleza que os torcedores pernambucanos esperavam ao tomar conhecimento de sua presença na tabela. Pelo menos contra nossas equipes. Pipico permanece inativo e na tentativa de encontrar um substituto para o homem-gol do Arruda, MM resolveu escalar Elias, que andava esquecido pela galera. Em sétimo lugar, o Santinha tem Botafogo e Ferroviário à sua frente, lutando para voltar ao G4. Tem que sair vitorioso na Arena para jogar sua sorte no Clássico das Emoções.

Elias assume o papel de Pipico (Foto Divulgação)


LEÃO TAMBÉM NA ARENA
Como o Santa Cruz amanhã, neste sábado, 17, às 16h30, o Sport de Guto Ferreira e Mailson, Raul Prata, Rafael Thyere, Adryelson e Sander; Marcão, Charles e Juninho; Hyuri, Guilherme e Hernane Brocador está de volta à Arena, o estádio rejeitado, mas por todos usado. É hora de o Leão proporcionar uma satisfação à torcida, depois de várias frustrações. O Sport está em 10º lugar, porém, com apenas um ponto de desvantagem para seu adversário, o Botafogo de Ribeirão Preto/SP, sexto, com 24. O retorno de Sander dá força à marcação leonina.

Sander reforça a marcação leonina (Divulgação)


CLAREIRAS
Com a determinação para que em cada jogo oficial seja reservado um percentual de ingressos para a torcida visitante, é comum o surgimento de clarões nas arquibancadas. Os esperados visitantes não apareceram. E a torcida do dono da casa não pôde ir para lá. Um exemplo dessa aberração foi vista no recente encontro do Náutico com o Sampaio Corrêa. Nos Aflitos havia, no máximo, uma dezena de torcedores da ‘Bolívia Querida’, mas o espaço para uma legião estava lá, intocável.  Acredito que a norma poderia ser menos inflexível.

SAI PELÉ, ENTRA MARTA
Inaugurado em 25/10/1970, num amistoso entre a Seleção Alagoana e o Santos, com a presença do ‘padrinho’, o Estádio Rei Pelé pode mudar de nome. Há um intenso movimento em Maceió para que o Trapichão, assim também chamado, seja rebatizado, passando de Rei Pelé para Estádio Rainha Marta. Assim, a grande jogadora alagoana, durante anos a melhor do mundo, receberia o reconhecimento de seus conterrâneos. Sem dúvida, Marta é merecedora de todas as honrarias, porém, seria uma desfeita a Pelé, que não pediu para apadrinhar o estádio da Terra dos Marechais.  

O Rei pode dar lugar à Rainha 



ESTÁDIO ADELMAR DA COSTA CARVALHO
Um dos maiores patronos do Sport Club do Recife, o empresário e político Adelmar da Costa Carvalho, teve seu nome merecidamente dado ao estádio da Ilha do Retiro, palco de um jogo da Copa do Mundo de 1950, para orgulho da torcida rubro-negra. Uma luta interna, anos depois, invalidou a homenagem prestada a Adelmar, com a Ilha passando a se chamar oficialmente Estádio do Sport Club do Recife. Muito tempo se passou e o nome do inesquecível benfeitor foi recuperado definitivamente por rubro-negros de boa vontade. Fez-se justiça novamente.

O LACERDÃO
O estádio do Central deveria ter recebido o nome de José Victor de Albuquerque, o milionário empresário de Caruaru, ex-presidente do clube, responsável pela presença da Patativa no Campeonato Pernambucano de 1937, quando a interiorização do Estadual ainda era um sonho distante. Todavia, o comendador – pelo Vaticano – Zé Victor, resolveu transferir a homenagem para o irmão Pedro, que, segundo ele, tinha mais merecimento pelos serviços prestados ao Central. Com o passar dos anos, o antigo Central Parque deixou de ser Estádio Pedro Victor de Albuquerque, o PV, tendo sido mudado para Luiz José de Lacerda, ex-presidente e um grande batalhador pela causa alvinegra. Todavia, uma corrente achou um despropósito a tal mudança, e o antigo dirigente Pedro Victor voltou à evidência. Os lacerdistas insistiram, e o nome de seu Luiz, como é tratado, voltou a reinar, agora popularizado como Lacerdão. Até hoje.

MONSENHOR AFONSO
A comunidade católica de Serra Talhada ainda lamenta o falecimento, há uma semana, do monsenhor Afonso Carvalho Sobrinho, muito estimado naquela região sertaneja. Fui seu colega durante três anos no Seminário São José, em Pesqueira, no início da década 50. Na época, o reitor era seu primo, o padre Augusto Carvalho, mais tarde bispo de Caruaru. Verdadeira alma sertaneja, defendia a natureza, como podia. Certa vez, numa visita a um engenho de cana num passeio dos seminaristas ao Sertão, recebeu por brincadeira, de um colega, Pedro Agostinho, o apelido de Bagaceira, quando acompanhávamos um fabrico de rapadura. Passamos a chamá-lo de Afonso Bagaceira. Nada com sua maneira de viver, pois o nosso Bagaceira era uma figura ordeira, alegre e pacífica.

O sertanejo monsenhor Afonso  Carvalho (Foto nilijunior.com.br)


Deixei o seminário, mas ele prosseguiu e atendeu plenamente ao chamado divino. Depois disso só estive com ele uma vez. Foi numa homenagem prestada ao bispo – na época já aposentado Augusto Carvalho – no seu 80º aniversário, no Seminário. Entre vários antigos seminaristas, ordenados ou não, o padre Afonso, estava lá. Foi uma alegria rever o velho Bagaceira. Que Deus o tenha!

WALDETÁRIO GUEDES
Outro que nos deixou foi o jornalista Waldetário Fernandes Guedes, nascido em Escada, na Zona da Mata pernambucano, funcionário aposentado do INSS, há muitos anos vivendo no Recife. Apaixonado pelo Santa Cruz, foi durante muitos anos presidente da Liga Desportiva Escadense. 

Waldetário (Foto do blog Fernando Machado)


Trabalhamos juntos no Diário de Pernambuco e no Jornal do Commercio. Possuidor de um sem número de amigos, era um frequentador assíduo do Restaurante Dom Pedro, ponto de encontro de jornalistas, políticos, boêmios e afins. Inicialmente na área esportiva, Waldetário passou a atuar na antiga Editoria do Interior, no DP e no JC.

QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ
Neste momento, o Guarani de Campinas/SP, que já foi campeão nacional e revelou muitos jogadores, inclusive, cedendo alguns para a Seleção, carrega a lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro, sendo, por conseguinte, um sério candidato ao rebaixamento.

NEYMAR 
Para mim foi correta a atitude do técnico Tite ao convocar Neymar para a atual Seleção Brasileira, depois do furacão em que ele se meteu e do qual está saindo, depois de ser tratado impiedosamente por torcedores e parte da mídia.

AINDA SELEÇÃO
São comuns as reclamações de que a Seleção Brasileira tornou-se europeia pelo fato de geralmente não contar com jogadores que atuam no Brasil. Como nesta convocação os craques da terra foram chamados, estão dando ênfase ao fato de Tite ter desfalcado as equipes em pleno Campeonato Brasileiro. Durma-se com um barulho desses.

A TURMA DO VÔLEI
Recebo e agradeço atencioso convite de Fortunato Russo, Nato, para uma gigantesca reunião festiva da turma antiga do voleibol, no dia 31 de agosto, em Aldeia. Sem dúvida, muita gente para se rever e muitos casos para se contar.
Nato: vôlei dentro e fora da quadra




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