A foto que ilustra esta
matéria foi reproduzida de uma página de edição antiga do Diario de Pernambuco e mostra o meia armador Vadinho, nascido em
Caruaru e revelado pelo Central, momentos antes de embarcar para São Paulo a
fim de defender o Santos, o grande Santos da Era Pelé. Vadinho conversa com o dirigente do clube
caruaruense Alcides Lima e com o repórter Lenivaldo Aragão, do DP. Amigos e
familiares também presentes ao seu bota-fora.
O eterno ídolo pernambucano mostrou
seu grande futebol na Vila Belmiro, porém, tinha à sua frente o dono da posição,
o já consagrado Mengálvio, e em segunda ‘instância’ o curinga Lima. De lá foi
para o São Paulo, na época em que o Tricolor do Morumbi era dirigido pelo
ex-goleiro José Poy. Depois de algum tempo voltou para sua terra.
Em Pernambuco, além do
Central, Edvaldo Lourival da Silva jogou pelo Náutico e pelo Sport.
ESCALAÇÕES
Vejamos a presença de
Vadinho nos três clubes que defendeu em Pernambuco:
Central,
1962: Dudinha; Adolfo e Zé Carlos; Zezinho, Jucélio e
Reginaldo; Carlos Alberto, Ivaldo, Toinho, Vadinho
e Nico.
Náutico,
1966:
Lula; Gena, Fraga, Gilson Saraiva e Toinho; Vadinho e Ivan; Naldo – Nado já tinha saído para o Vasco -, Bita,
Nino e Lala.
Central,
1967:
Waldemar; Biu, Fernando Silva, Jucélio e Da Cunha; Zito e Vadinho; Lelé, Valter, Toinho e Fernando Lima.
Sport,
1968:
Miltão; Baixa, Bibiu, Gilson e Zequinha; Válter, César e Vadinho; Zezinho, Neo e Fernando Lima.
BOM DE BOLA E BOM DE BOLSO
Existe uma opinião
generalizada, segundo a qual Vadinho, um rapaz rico e boêmio, poderia ter ido
mais longe na carreira se tivesse levado o futebol a sério. Diferentemente da
grande maioria dos jogadores, ele não precisava da bola para viver.
No Central, por exemplo, não
recebia salário nem bicho. Tanto ele, como o irmão Edmilson, o ex-zagueiro
Misso. O pai, o empresário Lourival José da Silva era fundador e proprietário
da Auto Viação Empresa do Agreste, de transporte intermunicipal e interestadual
de passageiros. Com sua morte, os filhos passaram a administrá-la.
Seu Louro, como era
conhecido, era um dos que colaboravam financeiramente com o Central após a
entrada do clube alvinegro no Campeonato Pernambucano, em 1961.
“VAI,
BAIANO!”
Na época de Vadinho no
Náutico havia o lateral esquerdo Clóvis, que sempre estava colocando apelidos
nos companheiros. Vadinho, que geralmente estava de cara amarrada, embora de
bem com todos, passou a ser “Com Raiva”, para Clóvis.
No Santos implicava
pacificamente com Pelé, quando este lhe fazia um passe e gritava “vai na bola,
baiano!”
– Não sou baiano não,
sou pernambucano – reagiu certa vez o caruaruense.
– É tudo a mesma
coisa – replicou Pelé.
Baiano era um termo
com que qualquer nordestino era tratado no Sudeste. Não se tratava de nenhuma
homenagem ao Estado da Bahia, constituindo-se num tratamento depreciativo ao
pessoal que saía do Nordeste para tentar a vida por lá. O baiano saiu de cena, hoje
é paraíba.
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