O capítulo feliz da Batalha dos
Aflitos
MARCELO ARAGÃO
Vários sentimentos se misturaram, ontem,
no coração do torcedor do Náutico – esperança, confiança, agonia, medo e
orgulho. Foi um coquetel de sensações que mais de 17 mil privilegiados puderam
sentir in loco, antes, durante e
depois do jogo contra o Paysandu. Após o segundo gol dos paraenses, tudo levava
a crer que uma nova tragédia se aproximava do estádio dos Aflitos.
Torcida comemorou o acesso em pleno gramado dos Aflitos (Genival Paparazzi) |
Mas o futebol é único e imprevisível.
Não é à toa que é o esporte mais popular do planeta Terra. É como se diz por
aí: o jogo só termina quando acaba. Se lá atrás em 2005, contra o Grêmio, os
deuses do futebol deram as costas para o Náutico, na tarde de 8 de setembro de
2019, eles decidiram interceder em favor do Timbu e, graças ao braço
“milagroso” do jogador do Papão, um novo capítulo da Batalha dos Aflitos foi
escrito, sendo que desta vez com o final feliz para os anfitriões.
Havia muito mais em jogo no duelo
diante do Paysandu do que simplesmente a classificação à Série B. A vitória
significou o resgate de uma legião de torcedores apaixonados pelo seu time e o
reparo de um erro, pois o Náutico nunca deveria ter saído da sua casa, de perto
do seu povo, para se aventurar como inquilino de um lugar frio e sem vida. Os
alvirrubros de todas as idades, crenças, cor e gênero deram-se as mãos,
choraram, sorriram e ecoaram: N-Á-U-T-I-C-O.
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