LENIVALDO ARAGÃO
Um olheiro trapalhão
O papel do auxiliar - aquele que fica soprando as dicas no ouvido do treinador
à margem do gramado nos dias de jogos – geralmente passa despercebido aos olhos
do grande público. Por isso poucos sabiam que o auxiliar de Andrade, quando
este dirigia a equipe do Flamengo, era filho do lateral esquerdo Marco Antônio,
campeão do mundo em 1970 – era reserva do gaúcho Everaldo –, ex-craque do Vasco
e Fluminense, entre outros.
Marcelo era o nome dele. Tentou ser jogador como o pai, porém, o joelho abreviou a sua carreira.
Formou-se em educação física e passou a trabalhar no rubro-negro carioca, depois de algum tempo procurando emprego. Foi Joel Santana quem lhe deu as primeiras oportunidades. Enviava o garoto para observar os futuros adversários do Flamengo no Campeonato Brasileiro.
Marcelo era o nome dele. Tentou ser jogador como o pai, porém, o joelho abreviou a sua carreira.
Formou-se em educação física e passou a trabalhar no rubro-negro carioca, depois de algum tempo procurando emprego. Foi Joel Santana quem lhe deu as primeiras oportunidades. Enviava o garoto para observar os futuros adversários do Flamengo no Campeonato Brasileiro.
Andrade ficou sem saber a tática do adversário (Reprodução) |
Negro, magro e estiloso, usou de toda sua ginga carioca para se infiltrar entre os torcedores associados do Paraná Clube para ver um coletivo no Estádio Durival Britto e Silva. Não precisa dizer que o tricolor paranaense estava na rota do Mengo no Campeonato Brasileiro.
Apropriadamente, o torcedor de araque do Urubu vestiu uma camisa do Paraná Clube sobre a bermuda e o chinelo de dedo, e aproximou-se do portão de entrada.
Dirigiu-se ao porteiro:
– E aí chefia? Dá pra brechar o treino do meu
time?
O porteiro não se fez de rogado e deu passagem para o garoto Marcelo que, sem querer, esbarrou na catacra, deixando cair o celular que estava chamando. Um toque antes da queda liberou o aparelho e a música tocou em alto e bom som:
O porteiro não se fez de rogado e deu passagem para o garoto Marcelo que, sem querer, esbarrou na catacra, deixando cair o celular que estava chamando. Um toque antes da queda liberou o aparelho e a música tocou em alto e bom som:
– É meu prazer, vê-lo brilhar, seja na
terra, seja no ar, vencer, vencer...
No desespero de bloquear o celular, Marcelo deixou cair também uma prancheta com o escudinho do Flamengo – emprestada por Joel – na qual faria as anotações do esquema de jogo do Paraná, escondida por baixo da sua camisa.
Sem graça, Marcelo saiu de fininho sob os olhares desaprovadores dos torcedores paranistas.
No desespero de bloquear o celular, Marcelo deixou cair também uma prancheta com o escudinho do Flamengo – emprestada por Joel – na qual faria as anotações do esquema de jogo do Paraná, escondida por baixo da sua camisa.
Sem graça, Marcelo saiu de fininho sob os olhares desaprovadores dos torcedores paranistas.
(Fonte: Valdir Appel,
ex-jogador, blogueiro e escritor)
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