Estádio dos Aflitos reduzido à sua expressão mais simples

O novo Estádio dos Aflitos serve de orgulho para a timbuzada (Foto internet)

O torcedor pernambucano foi surpreendido com o encolhimento do Estádio dos Aflitos determinado pelo Corpo de Bombeiros para o Clássico dos Clássicos do próximo domingo (19) na rodada de abertura do Campeonato Pernambucano 2020.

Das 19.600 pessoas habituais, a capacidade do Caldeirão baixou para 11.780. Será que os torcedores alvirrubros engordaram de maneira assustadora, a ponto de ocuparem mais espaço nas diversas divisões do estádio da Av. Conselheiro Rosa e Silva? É verdade que os critérios para a acomodação das pessoas nas praças esportivas mudaram. Para melhor, convenhamos.

Situação diferente de quando os espectadores apinhavam-se um em cima do outro, como na decisão de 1968. Ali, o Náutico sagrou-se hexacampeão vencendo o Sport, na prorrogação por 1 x 0, gol de Ramos. Vi gente entrar no estádio e sair por não ter mais encontrado lugar. Público oficial: 31.061. Agora contra o mesmo adversário, 19.833 indivíduos a menos.  

Aqui os tempos eram outros (nauticonet.com.br)

Teve mais. Em 1970, o Náutico derrotou o Santa Cruz por 1 x 0, gol de Bita, também na sua casa, diante de 31.613 espectadores, assim distribuídos, segundo publicação do Diario de Pernambuco, na época: 25.305 pagantes, tendo entrado gratuitamente 1.086 autoridades, convidados e imprensa; 5.000 crianças e 222 policiais militares.

Um exagero, sem dúvida, porém, reduzir o velho estádio timbu à sua expressão mais simples é torná-lo inviável para os clássicos. Pode parecer exagerado, depois de tanto esforço da diretoria para sua reutilização.

Náutico x Sport nos anos 50 (Blogs NE 10 Uol)

Acompanhei uma vistoria no Lacerdão para o jogo do Central com o Palmeiras pela Copa do Brasil, em 2008, e vi um oficial exigir que se retirasse um pedaço de ferro retorcido de uma parte morta do estádio, por onde não passaria ninguém, torcedor, repórter, jogador ou juiz, sob a ameaça de interdição. Achei descabida a exigência, mas como diz o ditado, manda quem pode e obedece quem tem juízo.