Em 1916, Sport fazia sua estreia no campeonato e levantava a taça



Com a conquista do título de campeão de 1915 pelo Flamengo, foi dada a largada no Campeonato Pernambucano de Futebol, que agora, em 2020, está completando 105 anos.
O sucesso alcançado com a primeira edição, fez com que outras equipes se interessassem em participar.

Sport chegou chegando no Campeonato Pernambucano e posou para a posteridade


Assim, em 1916 houve uma grande movimentação no Recife, diante das notícias que davam conta da presença de quatro novos times, o que se confirmou. A novidade foi a entrada do Sport e do Náutico, que já começavam a reunir um bom número de adeptos. Acompanhando alvirrubros e rubro-negros também aderiam ao certame, Paulista e Casa Forte.

Os clubes foram distribuídos em dois grupos. No A ficaram aqueles que haviam participado do campeonato anterior: América, Flamengo, Peres, Santa Cruz e Torre; o B contou com os quatro novatos.
           
CURIOSIDADE – O público já tinha ideia da capacidade dos times que haviam disputado o certame anterior. O alvinegro Flamengo lutaria pelo bicampeonato, mas acreditava-se muito na capacidade do Santa Cruz.
A curiosidade era em torno das novas equipes, principalmente Náutico e Sport, ambos fadados a ter vida longa no futebol pernambucano, a julgar pelo entusiasmo com que os jogadores defendiam suas cores.

O Tricolor mostrou que aqueles que faziam cálculos otimistas em torno de sua segunda participação no campeonato não estavam enganados. Mesmo tendo sido derrotado pelo Torre e pelo América, a equipe do bairro da Boa Vista levantou o Grupo A, capacitando-se a disputar o título de campeão do ano.
GOLEADAS ARRASADORAS – No Grupo B, o Sport após perder para o Náutico no primeiro turno por 4 x 1, foi à forra, no returno, de forma impiedosa, com a primeira grande goleada de sua trajetória: 8 x 0.
Com aquele estrondoso resultado, que repercutiu durante muito tempo no Recife, o Sport mostrava sua força no campeonato.

Outra vítima da impetuosidade rubro-negra foi o Casa Forte, que, pelo visto não era tão forte assim, pois rendeu-se ao time de Guilherme de Aquino pelo placar de 10 x 0.

A rivalidade entre os dois tradicionais clubes tinha sido iniciada em 25 de julho de 1909. O Náutico, fundado em 07/04/1900 demorou a entrar no futebol. Isso só aconteceu naquele ano em que enfrentou o Leão, fundado em 13/05/1905.

Contando com um time formado havia um mês, o Tmbu surpreendeu ao derrotar o já experiente Sport  pelo placar de 3 x 1. (Durante muito tempo a data desse jogo foi dada como tendo sido 24 de julho, mas graças ao pesquisador Carlos Celso Cordeiro houve a retificação).

Dias depois, precisamente em 15 de agosto, veio a revanche. Novamente o Alvirrubro resistiu, e a partida terminou empatada por 0 x 0. Esse jogo foi realizado no campo de Santana, localizado na área onde existe hoje um supermercado, em Casa Forte.

Em 1916, com os dois rivais participando pela primeira vez do Campeonato Pernambucano, ficava evidenciado pela vibração das torcidas, que duas autênticas forças estavam surgindo em Pernambuco.

Depois da vitória alvirrubra por 4 x 1 e da goleada rubro-negra por 8 x 0, Sport e Náutico voltaram a se enfrentar numa partida extra para determinar o adversário do vencedor do Grupo A, no caso o Santa Cruz, na disputa do título de campeão pernambucano. Outra vitória rubro-negra, desta vez por 3 x 1. Assim, o Sport classificou-se para disputar a taça com o Tricolor.

Na partida extra contra o Santa, na decisão do título de campeão pernambucano, em plena véspera de Natal, o Sport se impôs, de maneira categórica, derrotando os tricolores por 4 x 1.

SPORT 4 x 1 SANTA CRUZ
Data: 24/12/1916
Local: Campo do British Club, Ponte d’Uchoa
Árbitro: Mr. Bold, diretor do Paulista
Gols: Lalor Motta (2), Vasconcelos e Asdrúbal - Sport; Pitota – Santa Cruz.

Sport (Campeão): Luiz Cavalcanti; Briant e Paulino; Town, Robson e  Smerthurst, Asdrúbal, Lalor Motta, Anagan, Vasconcelos e Smith..
Santa Cruz (Vice-campeão): Ilo Just; Mangabeira e A. Reis; Valença, Teófilo, o popular Lacraia, e Mané Pedro; J. Silva, Pitota, José Tasso, Alberto Costa Campos e Dória.

Em oito jogos, o campeão obteve sete vitórias e sofreu uma derrota, marcou 41 gols e levou nove, com saldo de 32

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