Férias antecipadas e calendário mantido, com os Estaduais


 
Walter Feldman, secretário-geral da CBF (Foto CBF)
Nesta quinta-feira (26), houve uma reunião entre 46 clubes do futebol brasileiro, através de videoconferência, para discutir sobre as consequências da pandemia na modalidade e os próximos passos diante da crise.
Com isso, ficou definido que os clubes vão conceder 20 dias de férias a partir de 1º de abril e que apoiam a manutenção do sistema de pontos corridos nas séries A e B do Brasileirão.
No próximo dia 15, os clubes se reunirão novamente para reavaliar as condições de retorno ou não às atividades.
CADA UM POR SI
Segundo o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, foram rechaçadas a determinação nacional de reduzir 25% dos salários, proposta pelos clubes, e as férias de 30 dias pedida pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). Dessa forma, cada time foi liberado para negociar diretamente com seus jogadores.
- Ficou definido apenas a concessão de férias. São 20 dias agora e reavaliação da situação no dia 15 de abril. Lá se avalia novamente o quadro. Sobre a questão salarial, não houve nenhuma resposta definida. Cada clube vai definir com seus jogadores. Até porque são realidades muito diferentes - afirmou Walter Feldman.
ESTADUAIS MANTIDOS
A entidade tem participado das reuniões e emitiu seu posicionamento sobre o atual calendário do futebol brasileiro perante a crise. Segundo Feldman, a CBF buscará soluções para readequar as datas. Uma mudança pode ocasionar uma quebra nos contratos televisivos e entre patrocinadores.
Não haverá alterações nos campeonatos e a entidade nacional tentará encontrar datas para a Copa América e Eliminatórias. “Ainda é uma visão conservadora, sem ajustes, sem alterar essência de nada” - disse Feldman.
O dirigente fez uma avaliação sobre o futuro dos Campeonatos Estaduais:
“O desejo já manifesto é de cumprir o calendário. Apertar, ajustar, como vai ser feito, não é possível saber.”
REPRESENTANTE DOS CLUBES
Por sua vez, a CNC (Comissão Nacional de Clubes), órgão estatutário da CBF, porém de atuação independente, representando os clubes das Séries A, B, C e D do futebol brasileiro, publicou uma nota oficial, informando que:
Realizou nesta quinta-feira, dia 26, com a representação de 30 clubes de todas as séries, por videoconferência, uma nova reunião para deliberar sobre a contraproposta apresentada pelas entidades representativas dos atletas, diante da suspensão das competições por tempo indeterminado.
Levando em consideração o cenário de dificuldades que permanece no Brasil a partir das previsões das autoridades sanitárias, bem como a Medida Provisória editada pelo Governo Federal (Art. 6, 9, 11 e 12), os clubes não aceitaram a propostas feitas pelos atletas e de forma unânime resolveram e decidiram o seguinte:
1 - Concessão de Férias Coletivas de 20 dias a todos os atletas, no período compreendido entre os dias 1 de abril e 20 de abril de 2020, em consonância com a Medida Provisoria 927, de modo que os clubes - e somente eles - arcarão integralmente com a manutenção das atividades futebolísticas durante tal período;
2 - Garantia aos atletas do período de 10 dias restantes de férias no final do ano de 2020 ou no início de 2021, adequadas ao calendário que se desenhará após o retorno da paralisação;
3  - Negociar individualmente com seus atletas e demais funcionários do departamento de futebol no que tange a outras medidas que possam ser adotadas no período de paralisação;
4- Seguir promovendo reuniões e debates ao longo dos próximos 20 dias para que possam implementar novas medidas em caráter de emergência caso seja necessário;
5- Aguardar novas medidas dos Governos Federal e Estaduais diante do estado de calamidade pública, para avaliar possíveis reduções em remunerações que possam ser estabelecidas;
A CNC esclarece ainda, que já enviou este comunicado à FENAPAF para que repasse aos sindicatos e aos atletas.
A CNC segue acreditando que o acordo coletivo a nível nacional seria o caminho ideal para a solução da grave situação econômica, mas infelizmente não foi possível, razão pela qual, os clubes optaram por manter sua posição de conceder férias a todos, preservando o calendário do futebol brasileiro, os regulamentos e consequentemente as receitas oriundas das competições, que fazem parte da base de remuneração de todos os profissionais do futebol."


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