Há 44 anos, uma enxurrada do Santa diante do Sport




Há fatos que o torcedor nunca esquece, principalmente se a roda gira a seu favor. Torcedores mais antigos do Santa Cruz recordam nestes dias, uma tarde de intensa emoção vivida há 44 anos (28/03/1976).

Domingo ensolarado, Clássico das Multidões no Arruda. Campeão do ano anterior, o Sport objetivava mais um bi para sua coleção.

Se hoje estamos mergulhados num desastre mundial causado pelo Coronavírus, naqueles dias, o Recife procurava se recuperar, lentamente, da tragédia que o abatera, com mais uma destruidora enchente do Rio Capibaribe. A capital pernambucana era o puro retrato de uma terra devastada, principalmente nos subúrbios por onde o “cão sem plumas passava”. Como um monstro de muitos tentáculos, o rio tão amado e tão decantado pelos poetas, espalhara sua fúria pelos mais diferentes pontos.

GOL GOTA D’ÁGUA – O encontro  Santa x Sport valia pelo primeiro turno do Campeonato Pernambucano. O falastrão artilheiro Dario, do Sport, que usava de muita criatividade para nomear os gols que marcava, prometeu fazer o “gota d’água” como uma forma de levar a população pobre, que quase tudo perdera, a amenizar um pouco seu sofrimento. Se é que conseguiria.

Houve muita expectativa e enorme badalação. Dario não parava de dar entrevistas. Porém, mal a bola começou a rolar, o Mundão quase veio abaixo. O vento tinha soprado para o outro lado. Gol de Nunes, o Cabelo de Fogo, para o Santa Cruz.

Nunes fez o gol que Dario prometeu (Marcelo Dieguez)


A Cobra Coral não economizou e inundou a barra guarnecida pelo piauiense Toinho,
Placar final, Santa Cruz 5 x 0 Sport. O endiabrado Wolney balançou a rede mais três vezes, e Carlos Alberto Rodrigues fechou a goleada. Para os torcedores do Santinha, o “pingo d’água” havia se transformado numa enxurrada.

O time tricolor foi este: Gilberto; Carlos Alberto Barbosa, Alfredo Santos, Levi e Pedrinho; Carlos Alberto Rodrigues (Orlando) e Alfredo Júnior; Eraldo, Wolney, Nunes (Jadir) e Santos.

Meses depois, o Santa, comandado por Ênio Andrade, conquistava o segundo supercampeonato de sua história, competindo com o Náutico e o Sport.

Comentários