O FENÕMENO ELIAS
CAIXÃO
Traçaia, Zé de Melo, Paulo, Geraldo e Elias, o ataque da Cacareco |
Na vitoriosa estreia do Brasil contra o Paraguai, o
célebre Elias Caixão, já começando a dobrar o ‘Cabo da Boa Esperança’,
transformou-se num verdadeiro azougue, correndo de um lado a outro do campo.
Incansável, Elias, um baiano que tinha sido do
Vitória e da seleção da Boa Terra no Campeonato Brasileiro, despertou a
atenção, entre outros, do ex-craque da Seleção Argentina Guillermo Stabile, que
acompanhava a competição, como enviado especial de um jornal uruguaio.
– Que fenômeno esse ponta-esquerda! Quem é ele? –
perguntou Stabile ao administrador da delegação brasileira, Jaime de Brito
Bastos.
O antigo ídolo argentino mostrava-se um tanto
irônico, insinuando que o baiano jogara dopado. O antigo craque platino tinha
lá suas razões.
ESTIMULANTE
Afirmou Givanildo Alves em 1995, no capítulo 21 da
série “História do Futebol em Pernambuco”, publicada pelo Diario de Pernambuco: “... Nessa noite, contra o Paraguai, Elias
estava demais. Corria o campo todo, parecia um cavalo. Teve um momento em que
sofreu uma falta perto da linha lateral e saiu gritando que estava cego. O
médico Laudenor Pereira e o massagista João de Maria correram para socorrê-lo,
e Elias, deitado, espumava, como um cão hidrófobo. Elias não estava cego. Elias
estava era dopado. Tomara estimulante demais.”
Quando Jaime disse que se tratava de Elias Caixão,
Stabile soltou uma sonora gargalhada.
– Caixón? – perguntou, admirado.
Stabile, ex-craque argentino: ironia (ptbrfacebook.com) |
Jaime tratou de explicar que ele era meio quadrado
em matéria de raciocínio, daí o apelido.
(Segundo Zezinho, o
ponta-direita limoeirense Zezinho Caixão, certo dia houve uma desavença entre
ele e Elias, no quintal da concentração do Náutico, situada à Rua Santo Elias,
bairro do Espinheiro. Os dois se estranharam na disputa de um caixão vazio, que
servia de assento, nas ‘resenhas’ dos jogadores. A partir daí o apelido Caixão
passou a acompanhar o nome deles: Zezinho Caixão e Elias Caixão.)
Dizem que um garçom, no Equador, ao oferecer mamão
a Elias perguntou-lhe:
– Te gusta papaya, muchacho?
Ao que o jogador teria respondido, misturando
espanhol e português:
– Me gusta papaya, mas me gusta muito mais mamaya.
Contou o superintendente da Seleção Brasileira, que
dias depois da vitória por 3x2 sobre os paraguaios, foi abordado por Elias, nos
seguintes termos:
– Tem um jornalista que quer me contratar pra jogar
no Uruguai, mas eu acho que não vou. O dinheiro lá é completamente diferente do
nosso e não vai dar certo.
Elias era uma figura, assim com Geraldo Bola Véia e o querido Jaime da Galinha.
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