Seleção Pernambucana escalada pelos cronistas




Joãozinho, Wilson Carrasco, Merica, Betão e Marião (Sport), Heyder, Pimenta, Albéris, Baiano, Zé Eduardo e Mirandinha (Náutico) (Reprodução Placar)

Como correspondente da revista Placar em Pernambuco, durante 14 anos, escrevi muitas reportagens. Numa delas, em abril de 1983, intitulada ‘A Seleção dos Pernambucanos’, foi formada uma seleção estadual com jogadores do Sport e do Náutico, os dois representantes do Estado no Campeonato Brasileiro daquele ano. Vejamos parte da matéria:

“No ano passado, o Sport chegou às quartas de final da Taça de Ouro (assim era chamado o Brasileirão) e só foi eliminado pelo Flamengo, mesmo assim graças a um gol discutidíssimo. Agora, a performance se repete em dose dupla, e empolga Pernambuco. Independente de chegarem ou não às finais do campeonato, Sport e Náutico demonstraram que os clubes do Recife já não representam zebras nas competições nacionais.

Este ano, por exemplo, enquanto gaúchos e mineiros colocaram um só representante na terceira fase da Taça de Ouro, Pernambuco classificou o campeão e o vice estadual de 1982.

Se Sport e Náutico foram tão bem, como se sairia um time formado por seus melhores jogadores? Na impossibilidade de uma prova de campo, pois o Campeonato Brasileiro de Seleções está desativado –, PLACAR convocou 12 dos melhores jornalistas esportivos pernambucanos. Tarefa: escalar uma hipotética seleção.

Os votantes foram Antônio de Pádua (Rádio Capibaribe), Bartolomeu Marinho (Rádio Jornal do Commercio), Evaldo Costa (O Estado de S. Paulo), Gomes Neto (Rádio Globo), Ivan Lima (Rádio Globo), José Santana (Rádio Liberdade de Caruaru), José Teles (Jornal do Commercio), Jota Menezes (O Globo), Jota Raposo (TV Globo), Júlio José (Diario de Pernambuco), Luciano Duarte (Rádio Clube de Pernambuco) e Ralph de Carvalho (Rádio Clube de Pernambuco).

A votação determinou: Pimenta (N); Betão (S), Marião (S), Zé Eduardo (N) e Albéris (N); Merica (S), Wilson Carrasco (S) e Baiano (N); Heyder (N), Mirandinha (N) e Joãozinho (S).
São seis jogadores do Náutico e cinco do Sport. Dos 11, três foram eleitos por unanimidade: o lateral esquerdo Albéris, o centroavante Mirandinha e o ponta-esquerda Joãozinho. Os outros mereceram números também expressivos: Pimenta, 8; Betão, 7; Marião, 7; Zé Eduardo, 10; Merica, 9; Baiano, 11; Wilson Carrasco, 7; e Heyder, 8.
Mas, mesmo na unanimidade houve ressalvas, como a de José Teles, do Jornal do Commercio, que diz ter votado em Albéris ‘porque não há outro’.

Evaldo Costa, de O Estado de S. Paulo, também faz restrições à defesa do combinado, mas sustenta que o ‘meio-campo é muito experiente e o ataque, extremamente muito veloz’.

Gilson Vieira, do Diario de Pernambuco, que não participou da eleição, só não mexeria no ataque do time escolhido. ‘Um craque como Edson (Sport) não pode ficar de fora. Por mim, ele entraria no lugar de Wilson Carrasco. Meu goleiro seria País (Sport), e o lateral direito, Vílson (Náutico)”.

Outro que não votou, José Bezerra, da Rádio Clube de Pernambuco, substituiria Pimenta por Serginho (Sport) e escalaria Flávio (Náutico) em lugar de Marião. Num ponto, porém, todos concordam: um time como esse seria um sério candidato ao título de campeão brasileiro.

Chancela essa opinião o fato de, na quinta-feira passada, o técnico Sebastião Lapola ter convocado para a Seleção de Novos que vai disputar o Torneio de Toulon, o lateral Betão e o ponta-esquerda Joãozinho, dois dos titulares do time dos jornalistas pernambucanos”.


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