GOLEADOR PAULO E PASSISTA MAINHA NA MANCHESTER MINEIRA
Em pé, Edson, Zequinha, Waldemar, Clóvis, Zé Maria e Givaldo; agachados, Traçaia, Biu. Paulo, Geraldo e Elias (Acervo do blog) |
Por economia, a tabela do quadrangular final do
Campeonato Brasileiro de Seleções estabelecia uma só viagem da equipe
pernambucana ao Sudeste, para a realização dos três jogos fora de casa. Começava
com a partida de ida contra Minas Gerais, seguindo-se os dois encontros de
volta com cariocas e paulistas. O encerramento da campanha seria no Recife, com
Minas x Pernambuco, jogo de volta. Cada seleção pagava suas passagens e
hospedagem, ao contrário do que
acontece hoje, quando a CBF custeia tudo.
Os dois selecionados, devido à sua boa participação
no quadrangular final do campeonato anterior, em 1957, entraram em ação já na
fase semifinal, na qual obtiveram estes resultados:
Pará 2 x 6 Pernambuco
Pernambuco 2 x 0 Pará
Santa Catarina 0 x 1 Minas Gerais
Minas Gerais 2 x 2 Santa Catarina
Na fase final, ou quadrangular, os resultados até
então tinham sido:
Pernambuco 3 x 2 Rio de Janeiro
Pernambuco 4 x 2 São Paulo
Minas Gerais 3 x 4 São Paulo
Rio de Janeiro 6 x 0 Minas Gerais
CARNAVAL PRA MINEIRO
VER
O futebol mineiro naquele campeonato estava sendo
representado pela seleção de Juiz de Fora, importante centro industrial e
desportivo, localizado a 283 quilômetros da capital, Belo Horizonte. A cidade
tinha o epíteto de Manchester Mineira, tendo em vista sua vocação fabril tal
qual a inspiradora Manchester, na Inglaterra.
A presença da Seleção Cacareco despertou a atenção
dos torcedores, uma vez que a cidade vivia uma situação inusitada, primeiro por
estar representando o futebol do Estado num campeonato nacional; segundo porque
receber um time nordestino ou nortista era um momento raro para o povo
juiz-forano; terceiro pela curiosidade que existia em torno da Cacareco, depois
de sua participação no Sul-Americano, no Equador, vestindo a camisa da CBD e
por causa das vitórias obtidas sobre o Rio de Janeiro e São Paulo, o tricampeão
brasileiro, em busca do Tetra.
Durante a permanência em Juiz de Fora, alguns jogadores
de Pernambuco, bem como o técnico Gentil Cardoso foram apresentados ao público
num programa de auditório por uma rádio local.
O passista Manha, aplaudido por Walter, Clóvis e Waldemar (E), Geraldo e Aramis Trindade, jornalista (D) (Foto: Murilo Guedes, Diario de Pernambuco) |
Houve, na ocasião, uma demonstração de como se faz
o legítimo passo pernambucano ao som de um frevo de rua, rasgado. Coube ao
ponta-esquerda Mainha, autêntico folião, um dos fundadores da troça carnavalesca
As Virgens de Olinda, mostrar sua habilidade de passista aos mineiros,
acompanhando a orquestra da emissora. Foi muito aplaudido.
PAULO SUFOCA ALEGRIA
MINEIRA
A primeira partida entre pernambucanos e mineiros foi
realizada no Estádio Procópio Teixeira, em Juiz de Fora, no dia 3 de fevereiro
de 1960.
Vitória pernambucana a duras penas por 2 x 1. A
equipe interiorana, vestindo a camisa da Federação Mineira de Futebol, resistiu
o mais que pôde, todavia, terminou tendo sua muralha defensiva aberta aos 40
minutos de jogo por intermédio do centroavante Paulo.
No segundo tempo, logo aos 4 minutos, o estádio
vibrou. Minas Gerais empatou, com um gol de Ceninho, que havia substituído
Luiz.
Seleção de Juiz de Fora, que representou Minas Gerais (Internet) |
Porém, o popular ditado “alegria de pobre dura
pouco” logo materializou-se no disputadíssimo encontro reunindo a Terra dos Altos
Coqueiros e a Terra das Alterosas. A alegria mineira só durou um minuto, posto
que aos 5, Paulo voltou a balançar a rede de Hélio. Os 40 minutos restantes
foram dramáticos, com os visitantes resistindo bravamente aos locais, que
lutaram com denodo para evitar a derrota.
Pernambuco: Waldemar; Zequinha,
Edson e Givaldo; Zé Maria e Clóvis; Traçaia, Geraldo, Paulo, Biu e Elias. Técnico:
Gentil Cardoso.
Minas Gerais: Hélio, Aderbal e
Bico; Djalma, Francinha e Klébis; Isaías, Luiz (Ceninho), Mauro, Ipojucan e
Toledinho. Técnico: Geraldo Magela.
Arbitragem de Antonio Viug, do
Rio.
Se é Maia, é bom. Você nunca ouviu o comercial?
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