ALÔ, ALÔ, SAUDADE – Paulo Moraes

 HORA DE FALAR SOBRE O REI


(Foto: Arquivo pessoal)

Muitos, e muitos falaram de Pelé. Eu também posso. Então, vamos nessa. Sexta-feira, 23 de outubro foi um dia especial. O dia dos 80 anos do Rei. Vou contar fatos de Pelé. E que eu, estava presente.

Vi Pelé jogar contra o Santa Cruz, em 1967, na inauguração dos novos, na época, refletores do Arruda. Triste noite. Cinco a zero para o Santos. Pelé fez um gol.

Depois lembro bem de uma noite de 1969, na Ilha do Retiro, goleada santista sobre o Santa, quatro a zero, na corrida de Pelé pelo milésimo gol. O mais famoso camisa dez do mundo, marcou duas vezes. O milésimo, todos sabem, ele marcou no Maracanã.

Vi aquele três a dois, histórico, no Arruda, em 1973, quando Ramon fez dois gols em Cejas. Pelé fez um gol. Acho, costumo dizer que acho não se escreve, o gol de Pelé foi marcado quando o zagueiro Paulo Ricardo tentou dar um banho no Rei perto da área. Pelé ficou com a bola e mandou pra rede.

VI Pelé enfrentar o Náutico. E vencer, sempre. Vi Pelé jogar pela Seleção Brasileira, seis a um contra Pernambuco, em jogo preparatório para a Copa de 70. E o entrevistei em todos os jogos.

Meus encontros com Pelé, fora dos estádios, foram sempre no Hotel São Domingos, O romântico São Domingos, da Praça Maciel Pinheiro, no centro do Recife, local preferido dos clubes que vinham jogar por aqui.

Recordo, quando com a interferência do saudoso jornalista paulista Michel Laurence, Pelé autografou uma foto sua comemorando um gol com o conhecido soco no ar, a pedido de um torcedor.

E foi no Hotel São Domingos, que Pelé nos deu uma entrevista com duração de uma hora, gravada, para o Rádio Jornal. Isso foi nos anos 60. Pelé era assim: descia para o almoço no restaurante do hotel, e só uma hora ou mais, depois, é que nos dava entrevistas. Passava mais uma hora ou mais, falando com nós, os jornalistas.

Mais duas passagens com o Rei estão no meu caderno das lembranças. Uma foi no avião que levava o Santa Cruz a Curitiba para enfrentar o Coritiba em 1969 ou 1970. No mesmo voo, estava o Santos, de volta a São Paulo, depois de um jogo no Recife.

O jornalista Júlio José, do Diário de Pernambuco, conseguiu com muita facilidade, dois autógrafos de Pelé para nós. Júlio já se foi para junto de Deus, por isso não pode falar sobre o que foi feito do autógrafo dado para ele. O meu sumiu, pois não era muito de guardar essas coisas.

A outra, quando fui escalado pelo jornal O Estado de S. Paulo, para entrevistá-lo no Crato, Ceará, sobre o apelo feito pelo presidente Médici para ele disputar a Copa de 1974, na Alemanha. Fui e Pelé repetiu o não dado antes. Mais tarde, se soube, que a recusa foi um boicote à ditadura no Brasil.

Ele nem vai saber, mas pouco importa. Eu parabenizo o Rei pelos 80 anos de vida.

Olha, orgulhosamente, fiz parte, pouca é verdade, da vida futebolística de Pelé, como mostra a foto aí em cima. Eu e o Rei, na Ilha do Retiro. 

 

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