Wilson, alvirrubro até morrer (Arquivo familiar) |
Os irmãos Paraíso Macieira notabilizaram-se na Estância pela fidelidade ao Clube Náutico Capibaribe. “Na família eram 15 alvirrubros´”, conta um rubro-negro, amigo de todos os componentes daquela facção caseira da torcida timbu. Na praça do bairro, na época de rapazes, era o Timbu vencer para eles fazerem a farra em cima dos adversários.A turma está desfalcada, com o falecimento de Wilson, conhecido por Parceirinho. Oficial de justiça, ele foi enterrado nessa segunda-feira (2), justamente no Dia de Finados.
Do seu amor ao Timbu deixou
muitas histórias. Uma delas ocorreu na célebre virada de 1993, quando o Náutico
estava se sagrando campeão pernambucano em cima do Santa Cruz e levou uma
inesperada virada. Ainda hoje os tricolores festejam. E os alvirrubros
lamentam.
Naquela noite houve muito
tricolor que deixou o Arruda com o jogo ainda em andamento, vendo a timbuzada festejar
a conquista do título antes mesmo de o jogo terminar.
Muito tricolor, desiludido,
deixou o Mundão, com a aproximação do fim da partida. Parceirinho também. Só
que, ao contrário da turma da Cobra Coral, em estado de euforia. Resolvera
fazer o percurso Arruda-Aflitos a pé, comemorando.
Saiu tranquilamente,
vibrando e carregando nos ombros toda a alegria pela grande conquista. Objetivo:
participar do imenso carnaval que já deveria estar começando na sede do Timbu.
Só que ao se aproximar da
sede do Náutico, estranhou não ouvir barulho algum. Nem som de orquestra executando
o tradicional Come e Dorme, um símbolo do clube, nem os entusiasmados gritos de
“Ene-a-u-tê-i-cê-o”.
Quando lá chegou, ao dar de
cara com o silêncio e a escuridão reinantes, despencou, com a triste e
inesperada constatação de que um tal de Célio havia feito outro gol para o
Santa no último minuto e levado a disputa para uma prorrogação. Agora o empate
beneficiaria os corais. E foi o que ocorreu: 0 x 0.
Uma frustração que Parceirinho
carregou para o resto da vida, levando-a para o túmulo.
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