ALÔ, ALÔ, SAUDADE! Paulo Moraes

 O PÁSSARO PRETO RONDANDO A ELITE

 

O velho Íbis saudando a torcida (Blogs O Globo)


  Atenção. O Íbis ameaça voltar à elite do futebol pernambucano.

  E o Íbis do passado é assunto da minha coluna. Vamos aos tópicos.

    O Íbis foi fundado em 1938. Está fazendo 82 anos. Fez aniversário no último dia 15 de novembro. Só disputou o primeiro campeonato pernambucano em 1947, mais ou menos dez anos, depois. Mas um ano antes, conquistou o campeonato de juvenis. Glória ao Pássaro Preto, que logo subiu às alturas. Mas na divisão de baixo.

   Na de cima, foi campeão de um torneio-início, que antigamente abria a competição estadual. E é campeão, como todos ou quase todos sabem, de derrotas.


   O Íbis já teve no seu grupo, jogadores que se tornaram famosos. O atacante Vavá, campeão do mundo em 1958 e 1962 e que brilhou no Vasco e no Palmeiras. O lateral esquerdo Rildo, que foi da Seleção na Copa da Inglaterra, em 1966. Era do Botafogo de Garrincha, Didi, Nilton Santos. E Bodinho? Fez nome no Internacional gaúcho. Era atacante. E até hoje, é lembrado como um dos principais ídolos do Colorado. Por aqui destacou-se o lateral esquerdo Índio, no Sport.

   O Íbis já contou com nomes curiosos. Exemplo: Caroá, Baú, Vantu e Bassu. O Bassu meia, volante, lateral. Era curinga e policial. Era uma figura engraçada. Outro destaque: o goleiro Jagunço. Brilhou duas vezes no rubro-negro dos clubes pequenos. Entre as duas temporadas defendeu o América. Foram bons em levar gols, Jagunço, Carnaval e Negola. Olha, o Íbis teve jogadores com nomes bonitos, como Macrino e Ugiete.



   Levar gols era mesmo com o Íbis. Numa pesquisa, chega-se aos 1.888 gols nos jogos do Campeonato Pernambucano da Primeira Divisão. Não é tão certo assim. É mais fácil falar que foram quase dois mil gols. Marcou 480 vezes, melhor dizer que foram quase 500 gols. Contam os números que em 761 jogos, ganhou 73, empatou 89 e perdeu 598. Números que não são confiáveis. Tem o percentual para menos ou para mais, conforme indicam as pesquisas modernas.

   Goleadas foram muitas que levou, a maior delas, por 13 a zero, do Santa Cruz, em 1981. Mas teve também vitórias memoráveis sobre o próprio Santa, Sport e Náutico. Foram tantas e tantas vitórias sobre o Central, Paulistano, Ferroviário, Santo Amaro, América outros times da mesma faixa. Mas, estamos aqui, para falar dos dias épicos contra o Trio de Ferro, os dias mais recentes. 

    Em 1965, vi uma vitória sobre o Santa Cruz, por um a zero. Foi no Estádio dos Aflitos, num domingo à tarde, gol de um ponta-esquerda chamado Rildo. Ganhou do Sport em 1970. Esse jogo, não vi. Como repórter de rádio, estava em outra partida. Também foi por um a zero, gol do atacante Antônio Carlos, revelado pelo próprio Sport. Uma curiosidade: o Íbis jogou com chuteiras emprestadas pelo próprio adversário famoso. Não esqueça. A última vitória sobre um dos grandes, foi em 2000, também por um a zero, contra o Náutico.

Mauro Shampoo ajuda a manter o Íbis na mídia

   O Íbis já jantou horas antes de uma partida, num bar da Rua do Príncipe, quase no centro do Recife. Na mesa, bem deixa pra lá. Era uma noite de jogo. Não lembro do adversário, nem sei se o Íbis venceu ou perdeu. Ou se pelo menos empatou. Esse Íbis era, era não. É fenomenal. 

   Numa próxima coluna, falo de Ozir Ramos, o pai, que foi presidente, diretor e roupeiro. Como é hoje, o filho Ozir Júnior. Da excursão que não houve, aos Estados Unidos. Do torcedor Chico, da mulher presidente, a primeira de um clube do Brasil, e do folclórico Mauro Shampoo. Até lá, viva o Íbis, Íbis, Íbis. O amado Pássaro Preto, o pior do mundo, como vai contar o irmão Lenivaldo Moraes Aragão, o dono e chefe deste Blog. Do Íbis, tenho orgulho de guardar a carteira de sócio. Mas, atenção! Sou Santa Cruz, de Corpo e Alma. Com muito prazer, pra quem torço com satisfação. .

 

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