REMINISCÊNCIAS CARUARUENSES
Atenção. Bom dia, boa tarde, boa noite! Dividi os cumprimentos porque
não sei a que horas, você está tendo acesso a esta coluna. Este novo texto se
refere ao meu passeio de outrora pelos anos esportivos vividos na maravilhosa
Caruaru, lá por 1957/58/59/60/61//62/63/64.
Vamos começar com uma história fantástica, hoje engraçada; na época,
não. Eu, adolescente, nos últimos anos da década 50 e começo dos anos 60,
vendia cocada de leite, pelas ruas de Caruaru. Era hábito acompanhar à beira de
um campo improvisado, ao lado do Estádio Pedro Victor de Albuquerque, agora
chamado de Luiz Lacerda, a pelada diária de lum grupo de garotos. Isso
acontecia no começo da tarde e eu era, talvez, o único espectador. Chegava lá,
poucos minutos depois de sair de casa que, obviamente, ficava bem próximo ao
racha da meninada.
Numa das vezes, a bola subiu, foi um coqueiro, como se
chamava antigamente. Na descida, ela caprichosamente caiu em cima da
bandeja. Foi cocada para todos os lados. E a garotada, esfomeada ou
não, foi se deliciar com o produto feito pela minha madrasta Bernadete. O
negócio da cocada era pra auxiliar nas despesas da casa. Caí no choro, foi
quando Pedrinho, um dos participantes da pelada, incentivou os coleguinhas para
fazerem uma cota e amenizar o problema. O dinheiro arrecadado deu pra pagar,
apenas, a metade do valor total das cocadas. Soube disso agora, através do
primo Hélio, que estava entre os candidatos a craques, ter sido Pedrinho, o
autor da ideia, de se cotizar, pra aliviar o prejuízo. Volto a dizer,
chorei e muito com o acontecimento. Levei uma bronca daquelas ao chegar de
volta à minha casa. Dali em diante, não parei mais para acompanhar o
divertido encontro da gurizada no 'estádio' anexo ao Pedro Victor. O grito de
cocadinha de leite, ecoou mais cedo, pelas saudosas ruas de uma cidade que
tanto gostei de abraçar por sete anos e nos muitos dias de visitas, depois que
fui recebido pelo lendário Recife.
Bem, vou falar agora, um pouquinho do Campeonato Caruaruense. Em campo, o Central de Caçula, de Zé de Rita, que virou Da Cunha depois de o Alvinegro voltar à primeira divisão estadual, de Foice, de Zezinho de 'seo' Tutu. O Vera Cruz de Pafigo, Zé Bom e Cebinha.
Em campo, também, o Comércio de Escurinho e Corró, o Rosarense, do Rosário Novo, o São Paulo, da Rua São Paulo. Essa rua fica pertinho do Luiz Lacerda, o Lacerdão.
Os títulos da competição municipal, ficavam com o Central, na sua maioria, com o Vera Cruz e o Comércio. Rosarense e São Paulo, eram times pequenos, assim como o Íbis, o Santo Amaro e o Ferroviário. Foram sacos de pancada.
Com o acesso do Central ao Pernambucano, o Caruaruense chegou ao fim. As emoções foram riscadas dos cadernos de história e se concentraram na memória futebolística. O Central está até hoje, com campanhas pífias, na primeira divisão estadual, na qual andara pelos anos 30. Os clubes da Liga Caruaruense foram extintos.
O Central de Dudinha, Berto (depois Adolfo Primeiro, o
antigo Foice), Adolfo Segundo (depois Zé Carlos), Pissica (depois Zito
Peito de Pombo), Jucélio e Da Cunha (o antigo Zé de Rita), de Nido, de Zezinho
e de outros no ataque, deu muito trabalho ao Sport, ao Santa Cruz e ao Náutico.
Em seguida a eles, surgiu o grande craque Vadinho, um meia clássico e de chute
forte, que um dia jogou no São Paulo, o tricolor paulista.
Nas férias da época de funcionário das Casas Pessoa Filho,
não perdia nenhum treino do Central, realizado sempre pela manhã. O Central era
o segundo time dos caruaruenses, em Pernambuco. Primeiro, se torcia pelo Sport, pelo Santa e pelo Náutico.
Havia um torcedor do América de
Macaquinho, o mais tarde advogado Rivaldo Aragão (Riva). Eu era Santa e
sou tricolor apaixonado até hoje. E serei sempre, de Corpo e Alma.
Bons tempos aqueles da minha juventude na querida Caruaru.
Caruaru da Rua da Matriz, da Praça Coronel João Guilherme, da Avenida
Agamenon Magalhães, do Pedro Victor.
Em Caruaru conheci Cordovil Dantas, o grande narrador esportivo do rádio
da Capital do Agreste, nos anos 50 e 60. Em março de 1964 me transferi para um
novo endereço, o Recife. Eita cidade adorável que eu amo imensamente. Vou
então, contar, nos próximos dias, a história de um degrau da minha vida
esportiva. Logo, logo, estarei de volta. Até mais!
ResponderExcluirRepublicado no meu Blog