SUPERLIGA? CUIDADO, PODE SALPICAR NO BRASIL

 

Foto: Anderson Diego


 Essa ideia da criação de uma Superliga europeia ainda vai dar muito o que falar. E a discutir. De um lado, seis clubes ingleses – Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham – três espanhóis – Atlético Madrid, Barcelona e Real Madrid – e três italianos – Internazionale, Juventus e Milan – trabalham, no sentido de organizarem uma competição de 20 times, sendo que 15, eles e mais três, teriam cadeira cativa, com as outras cinco vagas sendo obtidas a cada ano em competições nacionais ou regionais.

De pronto, federações dos mais diferentes países levantaram-se contra o processo, sem dúvida, discriminatório e separatista. Uefa e Fifa ameaçam a nova entidade, caso esta surja mesmo, com medidas extremas, como a impossibilidade de os jogadores que nela competirem, participarem da poderosa e apaixonante Liga dos Campeões e da Copa do Mundo. Vide Copa do Brasil, que se espelhou nela.

É preciso prestarmos atenção a todos os movimentos das peças desse monumental jogo de xadrez. E nós o que temos com isso?, pode-se indagar. Há anos, quando o Brasileirão ainda não tinha o formato atual, muito clube entrava por convite e a política era bastante usada para isso. No certame de 1979 chegou a haver 94 times espalhados pelos mais diferentes grupos. A cada ano havia uma modalidade diferente.

Sempre se cobrava um formato definitivo. Em determinado momento, um jornalista poderoso no Centro-Sul chegou a propor um Nacional com 16 times. Presença fixa, sem perigo de rebaixamento dos 12 poderosos do quadrilátero Rio (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco) – São Paulo (Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos) – Minas Gerais (Atlético e Cruzeiro) – Rio Grande do Sul (Grêmio e Internacional). Os quatro restantes chegariam lá por critério técnico a ser definido. Tal qual se pretende fazer agora na Europa. Alguém pode garantir que esse pensamento segregacionista não pode ser ressuscitado no Brasil?  

 

 

 

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