HISTÓRIAS DO SAUDOSO ZÉ ALMIR

 

(Foto: Divulgação)


No Recife tem sido profundamente lamentada a morte do jornalista maranhense, há décadas radicado na capital pernambucana, José Almir. Na Sudene, por onde transitou, era chamado de Cesar Cals por causa da semelhança física com o ex-superintendente daquela Casa e ex-governador do Ceará.

Depois da faina diária nas redações, gente do Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio e Diário da Noite, além de radialistas vinculado às emissoras recifenses, costumavam se encontrar na Nova Portuguesa e no Dom Pedro, a poucos passos dos jornais, para resenhar, se alimentar e beber até “Mané chegar”.

Zé Almir estava sempre cercado de colegas interessados em ouvir suas presepadas, a partir de quando chegou ao Recife e participou de uma concorrência para trabalhar num escritório comercial. Bom datilógrafo, trazia decorada, na ponta da agulha, uma daquelas cartas, que eram encontradas em livros, pedindo emprego.  Foi considerado um excelente redator e ganhou a vaga. Assim começou sua trajetória na capital pernambucana. Formou-se na Universidade Católica, em jornalismo, o que o levou a desempenhar seu papel com muita competência. Ocupou também vários cargos públicos.

Notabilizou-se com a coluna Soçaite nos Bairros, no Diário da Noite, em que a vida mundana do subúrbio era retratada. As festas nos clubes da periferia e seus participantes mais notáveis tinham papel de destaque.

Além do jornal, atuou na imprensa governamental. Inicialmente foi repórter e com o passar dos anos chegou a ser Secretário de Imprensa. Nesta etapa, o comunicativo e engraçado Zé Almir tinha como chefe o austero governador Roberto Magalhães. Este achou mais conveniente que se arrumasse um pseudônimo para a coluna. Alegava não ficar bem o Secretário de Imprensa, assinar uma coluna jornalística, ainda mais ainda naquele estilo. Numa reunião a dois, o próprio governador propôs o apelido de Maquiavel para substituir  Zé Almir. Aprovação unânime, mas apenas o nome foi mudado. O espaço no DN continuava sendo preenchido por Zé Almir.

Divertido mesmo foi quando o secretário, segundo ele mesmo contava, precisou, certa vez, adquirir uma viatura especial para a Secretaria. Doutor Roberto quis saber se ele tinha preferência por algum tipo de automóvel. Prontamente seu auxiliar respondeu:

– Uma Parati!

– Pra que Parati, Zé Almir? – indagou o chefe do Executivo estadual.

– Para mim, para ti, para nós... 

Com essa, Zé tirou o governador do  sério.

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