Problemática e solucionática
O Peito de Aço assanhou a torcida rubro-negra (Foto :reprodução da revista Placar) |
Vejo no blog Lenivaldo contar histórias do querido Dario. Lembrei então da chegada do Rei Dadá para defender o Sport em 1975. Relatei o fato no extinto Jornal da Cidade. Leia trechos da reportagem de 46 anos atrás:
Para a torcida, Dario representa a
esperança de muitos gols no campeonato e, talvez, até mesmo o título. Para o
Sport, isso tudo e mais o grande risco de uma contratação audaciosa, que pode
dar certo ou não "mas necessária para o clube lutar pelo título",
como diz entusiasmado Paulo Maia, um dos conselheiros influentes do clube.
"Dario, Dario, Dario... Pelo Sport tudo".
A manifestação da torcida, no auditório da
Rádio Clube, é quase constante: "Continuarei fazendo gols, mas agora, os
do Sport”.
Dario é aplaudido, com a frase solta, rápida e bonita.
As qualidades de Dario são até hoje
discutidas em todo o Brasil. Sem técnica apurada, incapaz de voltar para buscar
jogo, Dario tem compensado essa deficiência com muitos gols, pelo Campo Grande
(Rio), Atlético (mineiro) por duas vezes, e Flamengo:
" Não me considero um craque, sei
que sou fraco tecnicamente, mas sou útil. Faço gols, o que a torcida sempre quer.
E estou aqui para atender o desejo da torcida do Sport".
Dario foi chamado para ir a uma das
janelas da Rádio para saudar outros cercas de mil torcedores que não tiveram
acesso ao auditório porque não havia mais espaço pra alojá- los. E lá fora, aos
gritos de "Dario, Dario", da torcida, o "Bafo do Leão",
tocou fortemente o frevo "Vassourinhas", provocando imediatamente a
adesão de quase todos os torcedores que começaram a fazer o passo. Ali, Dario
permaneceu quase dez minutos, fornecendo autógrafos a algumas moças que tiveram
direito a se localizar no auditório.
Gentil, humilde, Dario foi
para uma sala onde tomou água mineral e conversou mais folgadamente com os
repórteres de jornal. E disse:
"Depois de jogar quatro anos no Campo Grande, fui para o
Atlético onde fiquei de 68 a 72. Em 73 fui para o Flamengo, voltando ao
Atlético no ano passado. Fui artilheiro em 69 ,70, 72, 73 e 74, o que prova
minha capacidade de fazer gols. Eu não sou craque, mas faço gols, é o que a
torcida quer".
Dario volta ao auditório, presta novos esclarecimentos e protegido
por nove soldados da Rádio Patrulha, vai a um carro que o levaria para jantar
com os dirigentes do Sport.
Dario não tinha técnica, mas conhecia o caminho do gol (Foto: reprodução Vozes da Zona Norte) |
Assim está contada uma das centenas de histórias de Dario, que dizia não haver problemática, e sim, solucionática. Ou que só havia três coisas que paravam no ar: ele, helicóptero e beija-flor.
Um grande abraço amigo e amiga. Logo voltarei com outras letras de saudade!
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