ALÔ, ALÔ, SAUDADE! / Coluna de Paulo Moraes

 UM PASSEIO PELOS ESTÁDIOS

 

Velho campo do Ypiranga, primeiro alumbramento (Arquivo do Blog)


A minha saga desta vez é o passeio pelos estádios, pela primeira vez. Começo com o Otávio Limeira Alves, em Santa Cruz do Capibaribe. Quando fui lá nos anos 50, era chamado de campo do Ypiranga. Era cercado pela planta aveloz, não tinha alambrado, e os torcedores ficavam educadamente antes da marcação das linhas laterais e de fundo.

Tempos de criança e de ver a bola marrom rolar no campo de areia e pequenas pedras. Grama nem em sonhos. Eram tardes de domingo para assistir ao show de Guilherme, o popular Guila, ou Ambrósio; Estoécio e Heleno Pratinha; Seu Mário, Seu Lulu e Bernito; Totonho, Joãozinho de Duda, Afonso, Dida e Arnon, os onze do meu alviazulino, minha paixão inicial na magia do futebol.

Bons tempos, saudade desses bons tempos. Depois é que ganhou o nome de Estádio Otávio Limeira Alves, em homenagem a um histórico baluarte e um dos fundadores do Ypiranga. Hoje, o aveloz deu vez a muros. E a arquibancada é o local da torcida. Alguns anos depois de conhecê-lo, joguei lá por um time chamado Portuguesa, de Caruaru. Perdemos para o Santa Cruz, uma equipe amadora da cidade, por 7 a 1. Éramos jovens, nós e eles.

O velho Pedro Victor, que virou Lacerdão (Acervo de João Luiz, ex-jogador)

Ao morar em Caruaru conheci o Estádio Pedro Victor, hoje chamado de Luiz Lacerda, o Lacerdão. Acho que foi num domingo de 1957, acho que num clássico Central, de Zezinho de Tutu, e Comércio, de Maurílio. Acho que foi dois a dois. Mas, atenção: acho. E como acho não se escreve, então, as informações carecem de confirmação. Certo mesmo é ter visto muitos e mais bons jogos no querido Pedro Victor. Em Caruaru vivi também agradáveis tardes de domingo no Antônio Inácio de Souza, campo do Vera Cruz, num largo do bairro São Francisco, mais conhecido como Rua Preta.

O Antônio Inácio de Souza, tradicional campo do Vera Cruz (Arquivo do Blog)

Na primeira visita, meu Vera Cruz perdeu para o Comércio por dois a zero. Será que foi mesmo esse o resultado? Foi em 1957. Naquele ano, o Vera Cruz, o velho tricolor da Rua Preta, foi campeão do Centenário de Caruaru. Hoje, meu ex-clube não existe. Assim, como o Comércio. No Antônio Inácio vi, em 1997, o Sport ganhar o título pernambucano ao vencer o Porto  por 2 a 0. Lá, acompanhei alguns jogos entre Portuguesa e América nos anos 60. Os dois times, amadores e da Rua Preta, faziam o maior clássico suburbano da cidade.

No Interior estive presente na inauguração do Nildo Pereira de Menezes, o Pereirão, de Serra Talhada, em 1973. O Santa Cruz fez a festa ao derrotar o Sport por 3 a 0.

Estádio Nildo Pereira de Menezes, o Pereirão, de Serra Talhada (Foto: Farol de Notícias)

No sábado à noite, véspera do jogo, participamos de uma 'guerra' de travesseiros no dormitório do hotel, no qual os cronistas esportivos convidados ficaram alojados.
Geraldo Freire há de se lembrar dessa batalha. Ele participou dela. Era travesseiro de um lado a outro até que o gerente do hotel acabou com a brincadeira dos guerreiros.

No próximo encontro falo da Ilha, do Arruda, dos Aflitos e do campo do Vovozinhas. Até a próxima, amigos e amigas!

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