Catita estragou a ‘festa’ dos
penetras
Por Fernando Azevedo - PIXOTO
Aflitos ainda no tempo do Balança Mas Não Cai (Reprodução Superesportes)
Quem entra no Estádio Eládio
de Barros Carvalho vai notar que o muro, à esquerda, é bem alto. Esse muro tem
história. Antigamente nós pulávamos ele com certa facilidade. Não tínhamos
dinheiro para pagar o ingresso e se tivéssemos, valia a pena a brincadeira de
desafiar os vigias da federação.
Também entrávamos oficialmente
pela borboleta da entrada. A jogada era a seguinte: escolhia-se na fila um
senhor com cara austera, acima de 50 anos, e ficávamos na frente dele. Ao chegar
na borboleta, o porteiro pedia o ingresso. Nós, com o polegar voltado para
trás: está com papai. Quando abria a borboleta era só correr.
O muro, no entanto, era
emocionante. Tínhamos armas de ataque, a chamada “bimba de macaco”, que os sulistas
chamam pó de mico. Recolhíamos o material no Colégio São Luiz, que dava os
fundos para a Rua do Futuro. Acondicionando o pó em caixa de fósforo, um de nós
chamava o vigia da federação para perguntar alguma coisa. Quando ele chegava
perto, jogava-se o pó, e a coceira era arrasadora. Ia se lavar num banheiro da
arquibancada e, enquanto isso fazíamos a invasão, com o apoio dos torcedores da
arquibancada.
A nossa classe ficou desmoralizada
quando num jogo Náutico e Íbis, Catita, um pula-muro bem magrinho, ao saltar,
caiu no chão e quebrou o braço. Foi um episódio desmoralizante. Depois disso
subiram a altura do muro, que virou um paredão. Já não nos interessava essa
atividade. Se o fato tivesse acontecido num clássico, tudo bem, mas logo num
jogo contra o Íbis?
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