ALÔ ALÔ, SAUDADE – Coluna de PAULO MORAES

Os craques do meio-campo

 

Zequinha no Santa Cruz supercampeão de 1957. Em pé, Sidney, Diogo, Aníbal, Aldemar, Edinho e ZEQUINHA; agachados, Lanzoninho, Rudimar, Mituca, Faustino e Jorginho


Parodiando Nelson Gonçalves: voltei para rever os amigos que um dia começaram a passear pelas minhas escritas. Pra falar dos homens que brilharam pelo meio-campo do futebol pernambucano. Zequinha, talvez, não lembro bem, vi jogar num amistoso do Santa Cruz com o Central , em 1958 no acanhado, mas romântico, Estádio Pedro Victor de Albuquerque. Depois ele foi embora para ser da primeira Academia do Palmeiras e da Seleção Brasileira. Zequinha foi reserva de Zito na Copa do Mundo de 1962, no Chile. O conheci depois, contando suas proezas futebolísticas, numa casa lotérica dele, na praça do Varadouro, em Olinda, e em sua residência, localizada de frente do Centro de Convenções. Leduar e Laxixa, do Sport, só os acompanhei pelas ondas das Rádios Clube e Jornal. Agora, eu tive o prazer de ver Salomão  com a camisa 5 do Náutico.

  Foi o maior volante que já circulou pelos estádios do futebol pernambucano. Tinha passadas largas, em segundos saía da sua intermediária para a do adversário. Era fantástico esse paraibano de Pocinhos que o Náutico foi buscar em Campina Grande. Foi revelado pelo Campinense. E defendeu também o Santos e o Vasco. Tive a alegria de conviver com Salomão,  ele e eu no Náutico. Ele, craque, craque. Eu, coitado de mim, um modesto repórter da Rádio Clube e do Jornal do Commercio. Do jornal e não da rádio. Tem Givanildo também que se destacou na posição. Mas, como foi ponta antes, falo dele depois.


Salomão, médico, e Ivan, odontólogo, ladeando o médico, escritor e historiador Lucídio Oliveira. Ainda hoje a dupla é reconhecida por ter formado uma excelente meia-cancha no Náutico

   Agora, troco de camisa e vou ao encontro da 10. De Luciano Veloso, de Ivan Brondi, e de Raul Bentancor, que a torcida louvava como Bitencourt. O uruguaio Raul, o melhor da história do Sport, só vi jogar na imaginação e nos elogios que ele recebia diariamente dos narradores e comentaristas de rádio. Ou das letras desenvolvidas nos jornais. Já Ivan e Luciano, estes eu vi nos treinos e nos jogos. Tinham estilos diferentes. Ivan, doutor na bola e na odontologia. Na bola, passes precisos para Nado, Bita e tantos outros do time hexacampeão. Eu e Ivan  conservamos uma boa amizade, até hoje. Dois fatos entre nós. Somos moradores de Olinda. E nascemos em Santa Cruz. Eu do Capibaribe. Ele, da paulista do Rio Pardo. Ivan, bola cheia.

Luciano, a Maravilha do Arruda


   Bola cheia era também a do outro nobre amigo, Luciano Veloso. O pesqueirense era adepto do passe de longa distância, de uns 40 metros. Errava uma, duas, três vezes. Mas insistia até que deixava o atacante na boca do gol. Que o diga Ramon, artilheiro que fez história no Santa e no Vasco. Luciano lançava e fazia gols. Foi artilheiro do Campeonato Pernambucano de 1973. com 25 gols. Eu era muito fã do futebol de Luciano, que chamei certa vez de A Maravilha do Arruda. E assim ficou. Tanto é que seu nome hoje, em vez de ser Luciano Veloso, é Luciano Maravilha. Na próxima edição, os pontas da esquerda.

Bentancor: futebol de seleção


EU E A FERA - Esta foto é do meu arquivo. Eu e o Rei numa tarde de domingo, no Estádio da Ilha do Retiro, nos anos 60 ou 70. Faz-me recordar o grande narrador do rádio paulista Fiori Giglioti - Bandeirantes, Panamericana – a hoje Jovem Pan –, e Record, que dizia " o tempo passa ... Estamos chegando ao crepúsculo de mais um espetáculo de futebol". Pois é,  saudade dos bons tempos em que eu era feliz, e sabia, na profissão que abracei com muito carinho e amor. 



 

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