BOLA, TRAVE E CANELA-Lenivaldo Aragão

 A cervejinha do antidoping



 Fazia um tempão que eu não conversava com o médico Jomar Ferreira, da Comissão de Dopagem ou Antidoping em Pernambuco. Há poucos dias estive com ele. Jomar, um tradicional torcedor do América,  tem vivenciado muita coisa engraçada no seu metier. Às vezes, os trabalhos demoram. Aqui, acolá,  um jogador só depois de muito tempo consegue fornecer o material que o condena por uso de medicamento proibido para aumentar seu vigor físico durante os 90 minutos, ou o absolve.

Certa vez, o Colosso do Arruda foi fechado após os funcionários concluírem que não havia mais nenhum cristão por lá entre os que tinham ido trabalhar ou simplesmente torcer. Quando deu por ela a turma  do antidoping viu-se encarcerada e incomunicável naquele mundão de ferro e cimento armado. Ainda bem que já existia o celular. E tome ligação até ser descoberto o número de algum mandachuva do Santa Cruz  que pudesse, um tempão depois, remediar a situação.

Houve uma época em que era servida cerveja aos sorteados para o antidoping a fim de que os de maior dificuldade para fazer a necessária micção pudessem antecipar a ida ao banheiro. Muito jogador que apreciava uma água que passarinho não bebe torcia para ser o ‘agraciado’ no seu time. Soltando uma imensa gargalhada, doutor Jomar lembra-se de atletas que procuravam urinar, mesmo que forçadamente, antes de tomar o primeiro gole, e com isso deixar mais espaço na bexiga para acumular o ‘precioso líquido’.  E haja tempo e haja mé!

Comentários