TEMPOS DO VELHO JC

 Duelo do rubro-negro Cajá com o tricolor Bochecha

 



Antigamente, no Jornal do Commercio, havia um rubro-negro, Cajá, que trabalhava na gráfica, e um tricolor, Bochecha, diagramador, que estavam sempre se digladiando, eticamente, é claro.

Cajá era tão apaixonado pelo Sport, que, juntamente com outro leonino, Josa (nada a ver com o jornalista Josa  Macedo), vez por outra modificava as notas dadas sobre as atuações de jogadores do Leão. Isso era no tempo antigo, com as velhas máquinas linotipo (foto) ainda em atividade, embora a informatização já estivesse a caminho após a empresa ter sido dquirida pelo empresário João Carlos Paes Mendonça. O editor de Esportes, Sílvio Oliveira, ficava com o juízo queimando.

– E eu dei essa nota? Não dei não, alguma coisa tá errada – queixava-se a Pelé, o encarregado da diagramação das páginas esportivas.

Até que um dia a farsa foi descoberta e a dupla Cajá-Josa não teve mais como modificar as notas para beneficiar os jogadores de seu time.

Mas, voltando à rivalidade entre Cajá e Bochecha. Uma noite no refeitório do JC, eu jantava na mesma mesa deles. A conversa era a de sempre. Cada um puxava a brasa para sua sardinha. A certa altura, Cajá fez uma crítica aos jogadores do Santa:

– É tudo um bocado de cachaceiro, e o Santa Cruz ainda quer ganhar com um time desse.

A reação de Bochecha não se fez esperar:

– Só quem bebe é jogador do Santa Cruz, jogador do Sport não bebe não?

– Bebe, mas bebe bem pouquinho – respondeu Cajá com a maior cara de pau. 

 

 

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