TAÇA BRASIL

Fortaleza de Charuto e Bececê já levou oito do Verdão

 

O Fortaleza em 1960-Pedrinho Simões, Mesquita, Toinho, Sapenha, Célio e Ninoso; agachados, Moésio, Nagibe, Walter Vieira, Charuto e Bececê. (Blog de Ramon Paixão)

O Palmeiras acaba de se sagrar campeão brasileiro de 2022, feito consagrado no Dia de Finados (2/11), com uma goleada de 4 x 0 sobre o Fortaleza. Beneficiado com a derrota do Internacional para o América Mineiro (1 x 0), à tarde, o Porco já entrou em campo, à noite, festejando o título. No Alianz Parque, a festa palmeirense causou um vexame ao adversário, no caso o Fortaleza, time que está em plena evidência no futebol brasileiro.

 

JÁ FOI PIOR

Em 1960, o Palmeiras obteve sua primeira conquista nacional ao levantar a segunda edição da Taça Brasil, a atual Copa do Brasil. O feito palmeirense ocorreu justamente em cima do Tricolor do Pici.

Participavam só os campeões estaduais. A competição na sua etapa inicial era regionalizada. Os times iam ganhando terreno rumo à final. Naquele ano, o Fortaleza, da famosa ala Charuto e Bececê, do lateral esquerdo Ninoso, irmão de Bececê, e do zagueiro e volante Sapenha, saiu estraçalhando no Nordeste. Eliminou seguidamente ABC, Moto Club, Bahia (o então campeão) e Santa Cruz. Dessa maneira, classificou-se para encarar o Palmeiras na disputa do título. Vale lembrar que, paralelamente à Taça Brasil, era disputado dentro da competição o título de campeão do Norte-Nordeste.

O Palmeiras não precisou se esforçar tanto, como o Fortaleza, beneficiado que foi pelo regulamento. No Brasileiro de Seleções daquele ano, São Paulo tinha sido campeão, e Pernambuco, vice. O representante de cada um desses Estados só precisava enfrentar o time que se classificasse na sua Região para ser finalista. Portanto, antes da final, o Palmeiras só teve que encarar  o Fluminense. Em São Paulo houve empate (0 x 0) e no Rio deu Palmeiras (1 x 0). O Santa Cruz entrou de cara na decisão regional com o Fortaleza. Se passasse pela equipe cearense, toparia o Porco. Empate no Recife (2 x 2) e derrota em Fortaleza (2 x 1). Portanto, Palmeiras e Fortaleza classificaram-se para brigar pela taça.

No Presidente Vargas, na capital cearense, o Fortaleza não conseguiu segurar o grande ponta-direita Julinho e companhia: 3 x 1 para os visitantes.

No Pacaembu, o Palmeiras abusou de fazer gol, pois venceu por 8 x 2. Isso mesmo, 8 x 2.

CHARUTO DEIXOU SUA MARCA

Palmas para Charuto, que voltou para o Ceará feliz da vida por ter conseguido balançar a rede do gaúcho Valdir duas vezes. Os gols do Palmeiras foram marcados por Chinesinho (2), Cruz (2), Zequinha, Romeiro, Julinho e Humberto. Numa época em que não havia substituição, mesmo em caso de contusão, os times alinharam:

PALMEIRAS-Valdir; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Jorge; Zequinha e Chinesinho; Julinho, Romeiro, Humberto e Cruz. Técnico, Osvaldo Brandão.

FORTALEZA-Pedrinho Simões; Toinho, Mesquita, Sanatiel e Ninoso; Sapenha e Benedito; Walter Vieira, Moésio, Charuto e Bececê. Técnico, França.

Na equipe cearense havia Benedito, que mais tarde veio para o Náutico, e Walter Vieira, baiano, que defendera o Timbu e  o volante Sapenha, que em fim de carreira teve uma rápida passagem pelo América. O goleiro Pedrinho Simões nada tinha a ver com Pedrinho, que, egresso do futebol cearense, teve participação no pentacampeonato do Santa Cruz ainda hoje mora no Recife.

No Palmeiras brilhavam o volante pernambucano Zequinha e o centromédio Aldemar, supercampeões de 1957 pelo Santa; o zagueiro Valdemar Carabina, que anos depois esteve várias vezes em Pernambuco, como treinador, e Romeiro, que depois defendeu o Santa Cruz.

 BECECÊ SAIU NO LUCRO

Quem se deu bem foi o veloz Bececê, potiguar de Mossoró. Bicampeão estadual em 1959-60, ele  tinha sido artilheiro do Campeonato Cearense,  com 21 gols. Ponta veloz,  terminou sendo contratado pelo Palmeiras, pelo qual foi campeão paulista em 1963.

Comentários