O rebaixado Náutico em busca da tal despedida honrosa

 

Alvirrubros dão adeus à Série B (Foto: Esportes DP-reprodução)

O Náutico exala nesta sexta-feira (4), a partir das 21h30, seus últimos suspiros na Série B do Brasileirão. Termina a pífia jornada no certame de 2022, como o último colocado, portanto, carregando a indesejada lanterninha. E rebaixado para a Série C, a terceira divisão nacional, na verdade, um mar já dantes navegado pela nau alvirrubra.  

Uma coincidência nada agradável para o time da Avenida Conselheiro Rosa e Silva. Nas duas últimas intervenções na sua aviltante caminhada, por ironia do destino, o Timbu foi condenado a encarar dois “inimigos”.

Depois da derrota para a Chapecoense do gaúcho Gilmar Dal Pozzo, na penúltima rodada, o Náutico é obrigado a fazer as honras ao mineiro Hélio dos Anjos e sua Ponte Preta.

Dal Pozzo e Hélio, como se sabe, passaram pelo comando técnico alvirrubro neste ano. Os dois ex-goleiros receberam o bilhete azul, porém não ficaram de mãos abanando. Logo estavam em atividade noutras plagas, um em Santa Catarina, outro em São Paulo. Deram-se bem.

E ainda estão brigando por grana, na Justiça. Isso há muito tempo tornou-se uma rotina não apenas nos Aflitos, mas nos demais clubes que compõem a chamada elite pernambucana.

Na rodada passada, Dal Pozzo festejou a permanência da Chapecoense na Série B, com uma vitória por 1 x 0 no Estádio Índio Condé, justamente sobre o Náutico. Ironia do destino!

Também por capricho do Sobrenatural de Almeida, para lembrar o consagradíssimo  pernambucano Nelson Rodrigues, Hélio dos Anjos volta a pisar o chão onde deu suas poupas e emitiu palavras de baixo calão. O comportamento certamente não mudou. Só que o alvo de suas agitadas reações agora é outro. Talvez Hélio nem quisesse, mas os deuses que circulam em torno do futebol deram-lhe o papel de testemunha nesse momento inglório do seu ex-time, que é a triste partida, como cantou o nosso rei nordestino, Luiz Gonzaga, para uma escala inferior.

A diferença entre Náutico e Ponte Preta é que a equipe da casa foi catapultada em direção ao abismo da Série C, e os visitantes, comandados por Hélio, estão há várias rodadas garantidíssimos na Série B 2023. Não subiram para a primeira divisão, mas também não caíram.

Nesse seu reencontro com os ex-comandados, o técnico da Macaca não vai poder abraçar alguns ex-pupilos, como Arthur Henrique, João Lucas, Maurício, Thiago Ennes, Hereda, Matheus Nascimento, Geuvânio e Luiz Phelipe. Com a barca alvirrubra cada vez mais à deriva, foram nadar em outras águas, como cantam nossos cirandeiros.

A essa altura só resta à timbuzada torcer pela tal “despedida honrosa” e esperar que o Náutico entre forte na Série C do próximo ano, com um time capaz de atropelar os adversários e voltar imediatamente à Série B. Mas isso é outra história. Tempos brumosos estão a caminho  para sacolejar o navio alvirrubro. Briga de cachorro grande é o que se prevê.


 

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