CURIOSIDADE

 O atacante Perácio, da Seleção de 1938, foi pracinha no Recife

 

Foto: reprodução


Um oportuno registro no blog de Fernando Machado, lembrando que há  80 anos (1942), o atacante Perácio chegava ao Recife para servir ao Exército, leva-me a mergulhar numa breve pesquisa sobre aquele ex-jogador.

Para quem nunca ouviu falar ou não ou não se lembra, José Perácio Berjun, nascido em  Nova Lima-MG (2/11/1917) e falecido no Rio de Janeiro (10/3/1977), além de ter sido pracinha – serviu na FEB (Força Expedicionária Brasileira) durante a Segunda Guerra Mundial –, brilhou no futebol como atacante, tendo defendido o Botafogo, o Flamengo, pelo qual foi tricampeão carioca (1942/43/44), e o Canto do Rio.

Em 1938 integrou a Seleção Brasileira na terceira Copa do Mundo realizada na França. Na ida e na volta, o Escrete, como era chamado, passou pelo Recife. No sua rota rumo à Europa, como narrou Givanildo Alves no seu “História do Futebol em Pernambuco”, o navio Alianza, no qual a equipe viajava, aportou no Recife em 4 de maio, tendo saído do porto diretamente para a sede do Sport, onde os jogadores tomaram café.

“Depois, contou Givanildo, seguiram para o campo da Jaqueira para um rápido treino. A Federação cobrou ingresso e o campo ficou lotado. O técnico Pimenta organizou um treinamento do time Branco contra o Azul. O primeiro alinhou Waldemar; Nariz e Sidinho II: Brito, Brandão e Argemiro; Roberto, Luizinho, Niginho, Tim e Patesco. Azul: Batatais, Domingos e Machado; Zezé, Martins e Afonso Lopes; Lopes, Romeu, Leônidas, Perácio e Hércules. Sidinho II (do Santa Cruz) completou o time Branco porque Jaú estava contundido. Um time jogou com a camisa do Tramways e o outro com a do Sport. No final, a vitória pertenceu ao quadro Azul, que envergava a camisa rubro-negra, por 6 x 3”.

PROCUANDO A LINHA DO EQUADOR

Jogador folclórico, como tantos outros de sua época, Perácio mal sabia assinar o nome. Conta-se que no navio, ele usava um binóculo, pois queria "ver a linha do Equador de pertinho". Outra: abastecendo seu carro Packard num posto de gasolina, acendeu um cigarro e jogou o fósforo no chão, tendo sido repreendido pelo seu companheiro Martim Silveira. Perácio respondeu ao colega: "Desculpa, desculpa, eu não sabia que você era supersticioso".

Comentários