A primeira Seleção a gente nunca esquece

 

 Seleção por ordem, na excursão à Europa. Em pé, Djalma Santos, De Sordi, Gylmar, Nilton Santos, Dequinha e Zózimo; agachados, Paulinho, Walter Marciano, Gino, Didi e Escurinho.




 

A primeira vez que vi a Seleção Brasileira jogar foi em 1º de abril de 1956. Era um Domingo de Ramos e eu, ainda adolescente, havia chegado quatro dias antes, em plena Semana Santa, de minha cidade, Santa Cruz do Capibaribe, para estudar e, mesmo sem estar programado, fixar-me definitivamente na capital do Estado.

De passagem pelo Recife em viagem para uma excursão à Europa, a Canarinha fez uma parada aqui, a pedido do novo presidente da FPD (Federação Pernambucana de Desportos), Rubem Rodrigues Moreira, eleito no ano anterior. A equipe comandada por Flávio Costa, o mesmo do Maracanaço, em 1950, enfrentou a Seleção Pernambucana, amistosamente, na Ilha do Retiro. Venceu por 2 x 0, gols de Didi e Escurinho. Arbitragem de Horts Harden, um alemão contratado pela FPD. As equipes:

PERNAMBUCO-Barbosa (Santa Cruz), depois Leça (América); Caiçara (Náutico) e Lula (Náutico); Zequinha (Santa) depois Claudionor (América), Aldemar (Santa) e Mourão (América); Jorge de Castro (Santa) depois Zezinho (América), Wassil (Santa) depois Dimas (América), Otávio (Santa), Amaury (Santa) depois Rubinho (Santa) e Dario (América) depois Zeca (Santa). Técnico, Palmeira, do América.

Obs.: 1) Jogadores do Sport não participaram porque estavam excursionando com seu time ao Centro-Sul. 2) O goleiro Barbosa foi o mesmo da Copa de 1950.

 BRASIL: Gylmar; Djalma Santos (Paulinho) e De Sordi; Zózimo, Roberto Belangero (Formiga) e Nilton Santos; Sabará, Walter Marciano (Álvaro), Gino, Didi e Canhoteiro (Escurinho). Técnico, Flávio Costa, o da Copa do Mundo de 1950.

Obs.: 1) Dois anos depois, em 1958, o Brasil, já comandado por Vicente Feola, sagrar-se-ia campeão do mundo pela primeira vez. Do time que jogou no Recife, estiveram na Copa da Suécia, Gylmar, Djalma Santos, De Sordi, Zózimo, Nilton Santos e Didi. Na época do jogo no Recife  nem se sabia que Pelé existia. 2) No Mundial, De Sordi foi titular o tempo todo, porém uma contusão tirou-o da grande final com a Suécia, que o Brasil venceu por 5 x 2. Djalma Santos o substituiu e eternizou-se, entrando na foto.

 

HAROLDO FATIA NA DELEGAÇÃO – Uma curiosidade é que ao embarcar no Recife para o Velho Mundo, a delegação brasileira levava um novo componente, a  convite do presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), Silvio Pacheco. Era o jornalista Haroldo Praça, o popular Haroldo Fatia, um ex-jogador do Sport, na época atuando na Rádio Jornal do Commercio e no Diário da Noite. Haroldo, festejado por Antônio Maria, pernambucano, compositor , jornalista, radialista e produtor de TV de muito sucesso no Rio de Janeiro e em todo o País (... Parece que eu vejo Valfrido Cebola no passo / Haroldo Fatia, Colaço...), entrou na história do Sport ao marcar o gol da vitória por 6 x 5 sobre o Santa Cruz, no amistoso de inauguração do Estádio da Ilha do Retiro, em 4/7/1937.  


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