Nivaldo: gol aos oito segundos (Foto: Superesportes) |
Nivaldo e Célio lembram como entraram para a história do futebol
No recente Dia do Boleiro estive
com os dois. Nivaldo celebrizou-se por ter marcado o gol mais rápido do
Campeonato Brasileiro até hoje numa vitória do Náutico sobre o Atlético Mineiro.
Célio marcou o gol da improvável virada do Santa sobre o Náutico em 1993.
Aconteceu em 18/10/1989, nos
Aflitos, numa vitória do Timbu sobre o Atlético Mineiro por 3 x 2. Na época, o
Alvirrubro era dirigido por Charles Muniz, preparador físico, que estava quebrando
o galho como técnico do Timbu.
Quanto ao gol notável, o
pernambucano de Catende NIVALDO Soares de Oliveira Filho, hoje um evangélico
que não se esquece de levar a sua Bíblia aonde for, tem o maior prazer em
repetir a célebre jogada a quem o
reconhece na rua e puxa o assunto.
– Foi logo no comecinho do
jogo, aos oito segundos. Já estava acostumado a jogar com Augusto, no Paulistano.
A saída foi do Náutico e em vez de dar a bola para trás, ele fez um giro e
tocou pra frente. Entrei na velocidade, surpreendendo a defesa deles e finalizei.
Até agora, depois de tantos anos (34), a marca ainda é minha – diz, orgulhoso
Nivaldo, que é bastante festejado em sua terra natal, onde mora, e noutros
lugares por onde anda, principalmente quando ocasionalmente chega aos Aflitos.
Em 1989, Nivaldo foi campeão
pernambucano ainda sob o comando de Charles Muniz.
A VIRADA DO SANTA EM 1993
Muito torcedor do Santa Cruz ainda
se emociona ao recordar a inesquecível virada
do Santa Cruz na decisão do Campeonato Pernambucano de 1993. O povo do Náutico
já comemorava a conquista do título, quando, inesperadamente, a Cobra Coral mudou
tudo. Muitos tricolores que haviam deixado o Mundão do Arruda, frustrados, retornaram
ao estádio, espalhando sorriso e vibração.
Célio e o ex-goleiro Luiz Neto no Dia do Boleiro |
Foi no dia 28 de julho de
1993. No Arruda, 71.243 espectadores. Campeonato em dois turnos, cada equipe
havia levantado um. O Náutico havia vencido a primeira partida final por 1 x 0.
Na segunda só precisava empatar.
O preparador físico Charles
Muniz, exercia novamente a função de técnico provisório, agora no Santa, que dispensara
o titular Cláudio Garcia. O Tricolor aos 30 minutos do primeiro tempo teve o
centroavante Washington expulso. Logo depois, Náutico 1 x 0, gol de Paulo Leme.
Na segunda fase, a torcida do
Timbu já comemorava a conquista, quando aos 38 Fernando empatou. Mas a
timbuzada continuou festejando, pois o empate favorecia seu time. Aos 45, o
lateral Araújo para se livrar da bola, deu um chutão lá para frente. A pelota
caiu na defesa do Náutico, a meia altura. O zagueiro Parreira abaixou-se e cabeceou.
Bola nos pés do atacante tricolor Célio, que pensou em acionar algum dos
companheiros que vinham chegando. Porém, numa fração de segundos, resolveu
chutar. Bola na rede e explosão da torcida tricolor. Veio a prorrogação e o 0 x
0 nos 30 minutos deu o título ao Santa.
– Fiquei na dúvida alguns
instantes. Tive medo de fazer um passe, a bola sai errada e a defesa cortar.
Arrisquei o chute e deu certo – recorda Célio, lembrando da angústia que foi
suportar a reação do Náutico e segurar o empate na prorrogação, que agora
tornava o Santinha campeão.
– Araújo era lateral, mas
estava jogando como zagueiro central. Perguntei a ele, depois do jogo, como havia
resolvido dar aquele chutão. Ele disse que quando a bola chegou ao seu pé,
antes de haver qualquer problema, meteu
o pé, gritando vai pra PQP.
E do chutão saiu o gol do
título, recorda Charles, que também entrou para a história do futebol
pernambucano nos dois momentos importantes vivenciados por Nivaldo e Célio.
O técnico e preparador Charles Muniz viveu intensamente os dois episódios |
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