Carlos Alberto Rocha e o Kaiser (Foto: Arquivo do Blog( |
O grande Beckenbauer entrou para a história do Timbu
No início de 1979, o Náutico realizou uma excursão, organizada pelo empresário Hélio Pinto. Foram agendados dois jogos na América Central, em Trinidad-Tobago, e Barbados.
Sabia-se que a primeira partida
seria contra um time chamado “Cosmos”. Mas ninguém da delegação, de sã
consciência, imaginou que seria o verdadeiro New York Cosmos, de Pelé,
Beckenbauer, Marinho Chagas, Chinaglia, Neeskens, Romerito, e outras feras.
Todos achavam que, jogando numa pequena ilha do Caribe, com o nome “Cosmos”, só
poderia ser um time “genérico”, ou imitação do norte-americano, tal como
Flamengo de Arcoverde ou do Piauí, Botafogo da Paraíba e por aí vai.
NÃO É QUE ERA VERDADE...
A surpresa foi geral. Todos
ficaram atordoados com a notícia de que o NY Cosmos estava fazendo uma
pré-temporada nas Bahamas e realizaria um jogo amistoso contra o
‘Náutico-Brazil.’ Todos temeram pelo pior, uma goleada histórica. Era
início de temporada, o time não tinha entrosamento, e todos estavam cansados
da longa e exaustiva viagem, que contando com os aeroportos do Recife
(partida) e o de Porto of Spain (chegada) somavam-se sete pousos e
decolagens, em 30 horas de viagem, entre escalas e conexões. |
Uma das formações do Náutico em 1979. Em pé, Drailton, Pinheirense, Campos, Douglas, Ademar e João Luís; agachados: Inácio (massagista), Jonas, Valtinho, Carlos Alberto Rocha, Didi Duarte e Williams. Contra o Cosmos, Ademar deu show.
A MENINADA NÃO AMARELOU
Já o Náutico... bem, o Náutico teve que entrar em campo. Não podia fugir da
parada. Afinal, tinha contrato assinado e tudo mais. Mas bem que Hélio Pinto
poderia ter melhor esclarecido as coisas antes da viagem.
O time foi pro “pau”! Recheado de jovens valores oriundos das divisões de base,
onde além de jovens atletas, eram homens, e apaixonados pelo clube.
As cores alvirrubras foram honrosamente defendidas pelos heróis daquela
jornada. O time entrou com Ademar, Clésio, Dimas, Pinheirense e Carlos Alberto
Rocha; Paulinho, Didi Duarte e Jairo Mendonça; Jonas, Campos e Marquinhos.
Um time viajar mais de 30 horas,
entrar em campo no dia seguinte, e jogar contra um adversário superior anos
luz, como naquele 7 de março foi heroico. Aqueles onze atletas foram além de
suas limitações. Quem viu jamais vai esquecer.
FESTA NO VESTIÁRIO
Depois do jogo a alegria no vestiário timbu era geral. Todos festejaram o empate com sabor de vitória. Os alvirrubros receberam a visita de Marinho, que fez muita festa ao reencontrar o roupeiro Araponga, e o massagista Miro, o velocista. Marinho fez questão de dizer das saudades que sentia do início de sua carreira no Náutico, em 71/72. O craque potiguar, na visita que fez ao reduto pernambucano estava acompanhado do grandalhão Chinaglia, que fez questão de cumprimentar o baixinho Ademar, pelas suas brilhantes defesas, durante os dramáticos 90 minutos. Um jogo que entrou para os anais do Náutico e no qual Beckenbauer .entrou para a história do Timbu.
Data: 7/3/1979
Local: Queen Stadium, em Porto of Spain, Trinidad Tobago
Náutico:
Ademar; Clésio, Dimas, Pinheirense (Douglas) e Carlos Alberto Rocha; Didi
Duarte, Paulinho e Jairo Mendonça; Jonas, Campos e Marquinhos.
Cosmos:
Yashin; Scaudarian, Hot, Davis e Marinho; Beckenbauer, Bajizevick (Formoso) e
Carbanini; Ceninho, Chinaglia e Atanásio.
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