NO PÉ DA CONVERSA- Lenivaldo Aragão

Foto: Rafael Ribeiro-CBF



ÍNDICE

Os canarinhos estão devendo / Nem Náutico, nem Bangu /Tudo japonês / Nem mel, nem cabaço / Pernambuco-Ceará / Chico Explosão / Quem é esse?


OS CANARINHOS ESTÃO DEVENDO

Hoje tem a Seleção Brasileira novamente em ação. Desta vez fora de casa, contra o Paraguai, que vem de um honroso 0 x 0, em Montevideo, com o Uruguai. Os canarinhos de Dorgival Junior venceram por 1 x 0 o Equador, em Curitiba, mas saíram de campo apupados, uma situação rara em se tratando do selecionado verde-amarelo. Espera-se bem mais de Vinicius Junior do que ele apresentou contra os equatorianos. Pelos noticiários, Endrick está escalado para girar pela área central, deixando Rodrygo mais livre na ponta direita. Outra vitória dará, sem dúvida, mais tranquilidade ao treinador para arrumar a casa.

NEM NÁUTICO, NEM BANGU

Técnico da Seleção Cacareco – a seleção de Pernambuco que representou o Brasil num Sul-Americano realizado extraordinariamente, no Equador, em 1959 – Gentil Cardoso, momentos antes de a equipe entrar em campo para estrear, contra o Paraguai, puxou de uma valise uma bandeira brasileira, mostrando-a aos jogadores, com este gracejo: “Essas cores aqui não podem perder nem para o Náutico, nem para o Bangu”. É que a camisa da Seleção Paraguaia tem listras verticais, brancas e vermelhas, na parte da frente, lembrando os dois times citados pelo treinador.

TUDO JAPONÊS

O jornalista Detto Costa, pernambucano radicado há décadas em São Paulo, onde atualmente dá as cartas na Band, cuja programação é seguida entre nós, via TV Tribuna, tem razão nesta observação que fez após a sofrida vitória do Brasil sobre o Equador por 1 x 0: “As seleções sul americanas são recheadas em 90 por cento de jogadores que disputam campeonatos europeus. Agora igualou tudo.” 

NEM MEL, NEM CABAÇO

O jogador brasileiro sempre se caracterizou pela criatividade, ou seja a improvisação de jogadas para superar os marcadores. Os europeus criaram sistemas de jogo para conter o nosso  futebol. Resolvemos imitá-los. Começaram a repudiar a genialidade do futebol mulato, como definia o mestre Gilberto Freyre, por acharem que um chapéu – o nosso antigo banho de cuia – outras jogadas artísticas são  uma falta de respeito. Coisa nenhuma! Que eles apliquem também. E aqui no País, queremos seguir todos os preceitos deles. Já estamos perdendo nossa inventividade sem conseguir imitá-los. O que a gente vê é muito jogador ser elogiado na Europa, mas praticamente ksem ver a cor da bola ao chegar à nossa equipe nacional.

 PERNAMBUCO-CEARÁ

A velha rivalidade se faz presente nesta edição da Série B, quando o Sport e o Ceará lutam para voltar a participar da Série A 1. Na rodada passada, com a vitória por 2 x 0 em cima do Avaí, o Sport avançou na classificação da Série B, ficando apenas a uma posição do G 4. Ou seja, assumiu a quinta colocação. Porém, no dia seguinte, o bicampeão pernambucano já tinha sido empurrado para baixo, indo para o sexto lugar. É que ao derrotar o Operário por 1 x 0, jogando em casa, o Vovô se apoderou da cadeira número cinco por ter um ponto a mais que o Leão pernambucano: 39 x 38.

CHICO EXPLOSÃO

Orgulho dos torcedores de sua cidade natal, Pesqueira, o centroavante Chico Explosão, que foi lançado profissionalmente pelo Náutico e andou por um monte de clubes, tem tido sua morte, aos 67 anos de idade, bastante lamentada. Diabético, teve há algum tempo uma perna amputada e levava uma vida simples. Sua passagem para a outra vida causou uma grande consternação, dado o número de clubes em que jogou, principalmente no Nordeste. Também atuou na Europa.

QUEM É ESSE?

No jogo em que Chico meteu três gols no Fluminense de Rivelino, Edinho, Renato, Rodrigues Neto, Pintinho, Carlos Alberto Torres,  Doval, Gil e outros, eu estava no estádio do Arruda, cobrindo para a revista Placar. Ao meu lado, Fausto Neto, pernambucano que militava na crônica esportiva do Rio. “Quem é esse?”, perguntou-me admirado. Mais tarde, na sucursal da Editora Abril, o pessoal da Redação, em São Paulo, também queria saber de quem se tratava, como de resto, todo o Brasil. O Náutico derrotou o Tricolor das Laranjeiras por 3 x 1, e o hat-trick do pesqueirense tornou-o famoso. Chico Explosão foi campeão estadual pelo Náutico-PE (1974), Botafogo-PB (1975), Coritiba-PR (1978), Sport-PE (1980) e sergipano.

 

 

 

 

Foto: Rafael Vieira-CBF

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