Com livro sobre Caiçara, filho
cumpre desejo do antigo ídolo alvirrubro
Luiz Antônio Vidal de
Negreiros, professor universitário aposentado, porém ainda perspicaz e inquieto,
é o mais velho dos três filhos deixados neste mundo por Caiçara, ídolo do Náutico,
na segunda metade do século passado, juntamente com sua dedicada esposa
Carminha – Ann Mary e Núbio completam o trio.
Depois de muitos anos de
intensa busca e muita persistência, Luiz Antônio conseguiu juntar jornais e
revistas espalhados deixados pelos pais, indo atrás de pormenores e
confirmações em bibliotecas e arquivos públicos e inquirindo pessoas que
conviveram com o antigo lateral-direito. Sua pretensão, finalmente alcançada,
era concretizar um desejo do pai, publicando um livro sobre sua exitosa passagem
pelo futebol. Depois de muita obstinação do filho, que contou com a colaboração
dos irmãos e da mãe, enquanto esteve viva, o desejo do ex-jogador do Íbis e do
Náutico tornou-se realidade. O livro “Francisco-CAIÇARA-Futebol / Fortaleza /
Família”, de pequena tiragem para distribuição com familiares e pessoas mais
chegadas, contou com a participação do próprio Caiçara, seja pelas conversas
que mantinha com os filhos, recordando sua gloriosa passagem pelo futebol, seja
por documentos que deixou, como este em que mostra sua eterna e grata ligação
com o Náutico, cuja camisa vestiu durante quase uma década, com uma imensa
satisfação. Vejamos:
TORCEDORES, REPÓRTERES,
CRONISTAS: PRIMOROSO TRIO DE ORIENTAÇÃO
Durante os nove anos em que
joguei nos clubes de Recife, sendo a maior parte do tempo dedicada ao Náutico, conheci
distintos repórteres, cronistas e muitos torcedores alvirrubros. Um jogador de
futebol não costuma ter muitos afetos pelos dois primeiros, pois nem sempre as
reportagens ou crônicas de seus desempenhos em campo são favoráveis ao jogador.
No meu caso, nestas minhas memórias, eu tenho que ressaltar os nomes de Hélio
Pinto, Antônio Almeida, LENIVALDO ARAGÃO, jornalistas que sempre estiveram no
meu mais alto conceito. Dentre os radialistas tenho que me referir e destacar o
trabalho de Ari Santa Cruz, Nilson Sabino Pinho, Barbosa Filho, José Santana.
Também não posso deixar de fora destas memórias o provocador chargista Coaracy
Nunes.
Dentre tantos críticos e incentivadores,
destaco um dos fatores mais importantes para um jogador de futebol: a torcida
do time e os fãs dos clubes. Sem estes, especialmente a torcida, mesmo que, às
vezes, sejam impiedosos e severos julgadores, certo é que o futebolista jamais
daria tudo de si, em campo. O futebol sempre melhora com a torcida.
Estou certo de que a torcida é,
em todas as situações da peleja, o 12º jogador em campo. E, mesmo contente de
ter sido, em 1959, mais um jogador do Náutico a ir jogar futebol em um time
português, certos todos podem ficar que a torcida do Náutico, jamais vou me
esquecer daquele brado, dando vibração sonora à geral e às arquibancadas,
incentivando a equipe. Até hoje, ecoa em minha memória: N-Á-U-T-I-C-O!
Comentários
Postar um comentário