Foto: Mandy Oliver/Esp.DP/Reprodução |
CLAUDEMIR GOMES
O último ato do drama –
Brasileiro Série B 2024 – acontece no próximo domingo com quatro torcidas –
Sport, Novorizontino, Ceará e Mirassol –, vivenciando fortes emoções, fatos que
as deixam sob risco de um ataque de nervos. O Santos, já classificado para
disputar a Série A em 2025, com a chancela de campeão, irá a campo enfrentar o
rubro-negro pernambucano num jogo que para ele representa o epílogo de uma
jornada exitosa.
O turbilhão de emoções
previsto para o próximo domingo tem levado muita gente a cometer equívocos em
suas análises sobre esta edição da Série B. Emoção e competividade se tem em todos
os níveis: das peladas de várzea aos clássicos da Copa o Mundo. O diferencial
entre as competições é o nível técnico. Eis a razão pela qual primeiro é
primeiro e segundo é segundo em qualquer lugar do mundo. O Brasileiro 2024 foi
marcado por um nível técnico baixíssimo. A maioria dos jogos foi de doer na vista.
Foi doloroso testemunhar a
aflição da torcida do Sport antes do jogo com a Ponte Preta, confronto que
findou com a goleada dos leoninos por 4 x 0. Quem tem conhecimento da
desidratação dos clubes de Campinas-SP – Ponte Preta e Guarani – sabia que a “travessia”
do Sport sobre uma ponte em ruínas não seria tarefa assustadora. Vale lembrar que,
nos anos 80 do século passado, os dois clubes de Campinas estavam sempre nas
agendas dos treinadores quando iam convocar jogadores para a Seleção
Brasileira. Hoje são caricatos em comparação ao passado glorioso. Sport,
Novorizontino, Ceará e Mirassol jogam por um único resultado: a vitória. Não
existirá confronto direto entre os quatro times que pleiteiam uma das vagas a
serem preenchidas. Um detalhe que pode facilitar a missão de cada um. Se todos
vencerem seu respectivo jogo, o Sport sobra por conta do critério de desempate:
número de vitórias. O Ceará tem uma a mais.
O drama dos rubro-negros é justamente
este: Sport e Ceará podem encerrar sua participação na competição com o mesmo
número de pontos, mas quem sobe é o Vovô cearense. Já tem narrador com a frase
pronta para o fechamento da jornada:
“O Sport não subiu por causa
de um cabelinho de sapo!” Seria cômico, caso não fosse tão trágico para o clube
apontado como um dos favoritos ao acesso, numa edição, cujo nível técnico foi
dos mais baixos da história da Série B.
Vou pegar uma carona na antológica
frase do rubro-negro Costinha e afirmar que “Classificar é o céu”. Sendo assim, os clubes que assegurarem o acesso
não precisam justificar os motivos das comemorações. O que sobrar fatalmente se
deterá aos últimos atos da “ópera”. Numa peça de 38 atos as análises devem ser
sobre o conjunto da obra.
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