VITÓRIA DE GUIMARÃES

 



 

Um time português com sotaque bem brasileiro



 

 

A foto, cedida por Edmurzinho, filho de Edmur, antigo centroavante do Náutico, mostra o Vitória de Guimarães no Campeonato Português de 1961/62. Em pé, Caiçara, Aníbal, Luís Roberto, Elísio, Ceninho e Lúcio; agachados, Manuelzinho, Edmur, Ernesto, Livinho e Chico. Era uma equipe portuguesa, com certeza, mas dominada por brasileiros. Além do pernambucano Caiçara (Náutico), passaram pelo futebol de Pernambuco, Aníbal (Santa Cruz), Edmur (Náutico) e Livinho (Sport). Temos ainda Ernesto, egresso do Pará, e Chico, sergipano. Todos enviados para o outro lado do Oceano Atlântico pelo comerciante Antônio Pimenta Machado, representante daquele clube no Brasil, pai dos goleiros Pimenta e Pimentinha (Náutico). e do atacante Betuca (Santo Amaro). Nascido em Belém do Pará, mas criado em Guimarães ao lado dos familiares, Pimenta abriu o caminho para a exportação de jogadores, pelo menos da parte setentrional do Brasil, enviando o atacante Ernesto. Depois seguiram outros, como os da foto, sob seu crivo.

Luiz Antônio Vidal de Negreiros Gomes, que escreveu um livro contando a carreira do pai, Caiçara, destaca o importante de Pimenta Machado, como era conhecido por lá e o papel dos jogadores nordestinos no desenvolvimento do futebol português. “Eles foram fundamentais no modo de jogar, principalmente na Copa do Mundo da Inglaterra”, disse Luiz Antônio.

Naquele Mundial, a Seleção Portuguesa, dirigida pelo brasileiro Oto Glória, além de ter derrotado o Brasil, terminou a competição em quarto lugar, o que foi considerado um feito extraordinário.

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