DOUTOR MARCOS

 

Marcos Vinicios Vilaça (Reprodução)


 

Foi dele a ideia das seis estrelas no escudo do Náutico



 

 

Os torcedores mais antigos do Clube Náutico Capibaribe ainda se lembram do tempo em que na camisa alvirrubra havia apenas o desenho do escudo da agremiação. Assim eram também os outros times de Pernambuco e dos demais Estados. Havia uma ou outra exceção, como o Cruzeiro de Belo Horizonte, que sempre contou com cinco estrelas, formando o Cruzeiro do Sul, que está representado no seu brasão.

Já hexacampeão pernambucano (1963-64-65-66-67-68), o Náutico começou a percorrer o Brasil, participando de competições nacionais, ao mesmo tempo em que recebia, no Recife, equipes de ponta.

Naquela época, o ilustre pernambucano Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça, nascido em Nazaré da Mata, mas com um pé fincado em Limoeiro, era figura de proa no Timbu, cujo Conselho Deliberativo chegou a presidir.

Foi aprovando uma sugestão feita pelo Doutor Marcos, como era por todos tratado, que certo diz o CD determinou que a camisa oficial do Clube dos Aflitos, passasse a ostentar uma “constelação” constante de seis estrelas, na insígnia. Era a maneira de eternizar o grande feito.



Hoje, não apenas em Pernambuco, mas em todo o País, a maioria dos clubes carrega na sua indumentária uma certa quantidade de estrelinhas, relativas à determinada/s conquista/s.

Professor, advogado, jornalista, ensaísta, poeta e escritor, com inúmeras obras que fizeram sucesso, Doutor Marcos nos deixou para sempre neste sábado (29 de março), no Recife, com 85 anos, de falência múltipla de órgãos.

Entre os inúmeros cargos que ocupou, foi presidente do Tribunal de Contas da União e da Academia Brasileira de Letras, diretor da Caixa Econômica Federal e secretário da Cultura do Ministério da Educação e Cultura. Era também professor de Direito Internacional Público na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Pernambuco.

Embora afastado fisicamente dos Aflitos, continuava, dentro do possível informado dos novos tempos no clube do seu coração, infelizmente não tão radiantes como na sua época.

Curiosamente eu o conheci pessoalmente, não aqui, mas no Hotel Paissandu, no Rio de Janeiro, em novembro de 1963, quando cobria para o DIÁRIO DE PERNAMBUCO a célebre decisão do Mundial de Clubes entre Santos e Milan, em que o clube brasileiro levou a melhor, contando com a contribuição de Almir Pernambuquinho, que saíra fugido, nos antes, da Ilha do Retiro, ainda quase imberbe, para brilhar no Brasil e no Exterior.

À família do grande brasileiro que acaba de nos deixar, minhas sinceras condolências.


 

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