Brasileiro Série A

 

Foto: reprodução Futebol Interiior


 

O SPORT PERDEU FOI?


 


CLAUDEMIR GOMES



“O Sport perdeu foi?” A frase não foi criada este ano, entretanto, alimentada pela péssima campanha do Rubro-negro Pernambucano no Brasileiro da Série A, ela viralizou e é a mais repetida, nas redes sociais, na atual temporada. É a gréa do futebol, que na era digital migrou das arquibancadas para os computadores.

Há precisos 50 anos, em 1975, cheguei ao Diário de Pernambuco, onde iniciei minha caminhada como cronista esportivo. Escudado no slogan mais imperativo de sua história – SPORT 75 – 20 VEZES CAMPEÃO – o Clube da Ilha do Retiro conquistou seu título estadual mais icônico, resultante da montagem de um elenco que passou a ser chamado de “Seleção da Ilha”. Um time que foi imortalizado na canção do Quinteto Violado: ”O Supertime da Ilha”. Nas minhas andanças sempre tive como prioridade a soma de conhecimentos. Aprendi a fazer a leitura dos presidentes. Poucos carregavam consigo a ousadia e coragem própria dos leões. Esses fizeram a diferença. Outros, conscientes de suas limitações, se perderam na inércia da acomodação. Por fim, como castigo da mediocridade colocaram a farda de general em alguns soldados rasos, levando nuvens negras a pairar sobre a Ilha do Retiro. Todos, sem exceção, amavam o Sport. À sua maneira, evidentemente. Procurei assimilar do mais humilde dos funcionários – Chico Roupeiro – a sabedoria que vive embutida na simplicidade. Ele me fazia descobrir verdades camufladas pela poeira impregnada nas chuteiras dos jogadores. Técnicos, jogadores, todos com verdades e medos de seus fantasmas. Neófitos dirigentes surgiam a cada instante. Poucos alcançaram a evolução. A maioria tropeçou na própria arrogância ao pensar que o clube era “seu”. Ao longo dos últimos 50 anos testemunhei personagens escreverem capítulos de ouro na rica história do Sport Club do Recife. Também tive o desprazer de ver cenas abomináveis protagonizadas por figuras que foram nocivas à vida da maior agremiação socioesportiva do Nordeste. Parafraseando o Sassá Mutema – personagem da novela da Rede Globo: O Salvador da Pátria – afirmo sem medo de errar: - Meninos, eu vi! Contudo, uma certeza devemos levar sempre conosco: nunca vamos ver tudo.

Foi montado nessa verdade que assisti, na noite de segunda-feira (14/07/2025), uma das mais bisonhas apresentações do Sport nos últimos 50 anos. Coisa terrível! A mediocridade justifica os números da pior campanha de um clube na história do Campeonato Brasileiro, na era dos pontos corridos: 12 jogos; nenhuma vitória, 9 derrotas e 3 empates. O ataque marcou 5 gols contra 20 tomados pela defesa. Saldo: 15 gols negativos.

A pífia campanha que o Sport vem descrevendo é resposta à ignorância dos atuais gestores em relação à matéria futebol; a teimosia própria dos pseudos sabe tudo que foram amassados pela esperteza dos empresários, e de novos profissionais que tomaram conta do futebol na sua nova ordem.

Escutei de alguns ex-presidentes e ex-diretores do Sport de que haviam apresentado algumas sugestões ao presidente Yuri Romão, mas ele não acatou nenhuma delas. A frase é bíblica: “Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha!’. É hora de trocar os panos.

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