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Reprodução Facebook |
SPORT FORA DO TREM
Por CLAUDEMIR GOMES
Quando houve o acesso da Série
B para a Série A, os gestores do futebol do clube leonino se embriagaram com o
sucesso passageiro. De egos inflados, não perceberam a troca das locomotivas.
Resultado: em momento algum o Sport conseguiu embarcar no trem da Série A. Sem
conseguir subir na cambiteira, ficou chupando cana na beira do caminho. Agora,
é aproveitar o resto da temporada, juntar os bagaços e aguardar o trem da
Segundona, cuja locomotiva é uma Maria Fumaça que anda no ritmo no qual o time
da Ilha do Retiro joga.
Entendo que muita coisa mudou
no futebol nos últimos vinte anos, período em que o esporte mais popular do
planeta se transformou em um dos negócios mais rentáveis do mundo. Entretanto,
algumas peculiaridades são imutáveis. Quando não se tem conhecimento da
essência, o trabalho de campo não prospera. É como se você pegasse um executivo
com expertise no ramo de hotelaria e colocasse a frente de uma secretaria de
educação, ou transferisse um profissional do agronegócio para a gerência de um
hospital.
“Cada macaco no seu galho”,
reza a sabedoria popular. Imaturos, mas extremamente vaidosos, os gestores do
futebol do Sport foram facilmente ludibriados na montagem do elenco visando à
edição 2025 do Brasileiro da Série A. O futebol é uma praça onde o vaivém de
espertalhões sempre existiu. Nos dias de hoje, os lobos travestidos de
cordeiros, passaram a ser mais persuasivos atuando como executivos e
empresários. O presidente, Yuri Romão, tem feito um “mea culpa” em algumas
entrevistas, mas sua verbalização não irá consertar os erros cometidos pelos
jogadores dentro das quatro linhas. Naturalmente que, a pífia campanha na qual
o Sport contabilizou apenas uma vitória em vinte apresentações é a resultante
de uma montagem equivocada de elenco.
Com os bolsos das calças
abarrotados de dinheiro, os trainees de diretores foram as compras e encheram a
prateleira de carne de pescoço achando que fosse filé. O produto apresentado
pelo Sport nos jogos foi difícil de digerir, uma vez que não estava à altura do
“banquete” que é servido na Série A. O torcedor leonino fez sua parte, mas o
time não correspondeu. Intensidade se observa em qualquer nível de disputa.
Harmonia e dinâmica encontramos em prateleiras mais altas. Qualidade, harmonia,
dinâmica e intensidade são requisitos de quem está na elite buscando um futebol
de excelência.
O trem sempre anda mais
rápido. Até mesmo a velha cambiteira puxada pela Maria Fumaça. Eis porque temos
que começar a correr antes de o trem chegar. Caso contrário, não vamos
conseguir subir. Ver o trem passar e ficar com o bagaço da cana na mão dá uma frustração
danada. Uma sugestão: Que os dirigentes do Sport iniciem, agora, a corrida para
subir nos primeiros vagões do trem da Série B em 20
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