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Reprodução Karey Fontes (Diario de Pernambuco |
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Reprodução Ismael Soares (SVM) |
CLAUDEMIR GOMES
Com os três grandes clubes
pernambucanos em ação na tarde do sábado (27), o Estado concentrou suas
atenções no futebol. Sempre que acontece uma rodada na qual os nossos
representantes estão em ação, em suas respectivas séries, procuro me inteirar
dos acontecimentos. Sou fiel ao princípio que considero básico para
comunicação: “Mais informação para formar minha opinião”. Pois bem! De tudo que
ouvi, e li, sobre a derrota do Santa Cruz (2x1) para o Barra, sob os olhares
vigilantes e incrédulos de 45 mil torcedores na Arena Pernambuco; da esperada
derrota do Sport (1x0) para o Fortaleza, na Arena Castelão, na Capital
Cearense; e do empate do Náutico (1x1) com a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli,
em Campinas/SP, o que mais me chamou a atenção foi uma metáfora que o mestre
Ival Saldanha postou nas redes sociais: “A bola ficou em silêncio neste final
de semana no futebol pernambucano”. Ival possui uma habilidade diferenciada no
trato com as palavras, fruto de sua paixão pela leitura. Um ser humano cuja
sensibilidade acentuada é traduzida pelo seu amor aos animais. O futebol é sua
diversão favorita, razão pela qual sempre expressa sua opinião. Afinal,
torcedor que não dá pitaco não é torcedor. “A bola ficou em silêncio” foi a
forma sutil do autor dizer que o futebol pernambucano viveu um choque de
realidade. Afinal, a ansiedade, os desejos e sonhos expressos pelos torcedores
tricolores, rubro-negros e alvirrubros, não condiz com a qualidade do futebol praticado
pelos times que torcem. Parto do princípio de que, não se pode exigir futebol
de boa qualidade numa quarta divisão. O fato de o Santa Cruz ter chegado à
condição de finalista do Brasileiro da Série D, não quer dizer que o time
tricolor pratique um bom futebol. A ausência de títulos nos últimos anos, e o
fato de que, nas últimas duas décadas o Santa Cruz disputou sete edições de
Série D, e sete de Série C, justifica a euforia dos tricolores com a iminência
da conquista de um título nacional. Afirmo sem medo de errar, e sem a
preocupação de agradar: o grupo é limitadíssimo, precisa passar por uma grande
reformulação, e o acesso não pode servir de garantia para a permanência de um
técnico de quarta divisão. A vitória sobre o Corinthians, na rodada anterior,
na Ilha do Retiro, levou os torcedores do Sport a pensarem na soma de mais três
pontos no confronto com o Fortaleza, no Castelão. Ledo engano. Na queda de
braço entre o lanterna e o vice-lanterna, o Tricolor do Pici mostrou porque
está mais propenso a se livrar da degola do que o Rubro-Negro Pernambucano.
O Sport tenta sobreviver na
Série A com elenco e técnico de Série B. O cenário é a resultante da série de
equívocos cometidos pelos atuais gestores do futebol na montagem e reformulação
do grupo.
Vencer a Ponte Preta no Moisés
Lucarelli, após amargar duas derrotas em casa, era tarefa difícil para o
Náutico. Mas o técnico Hélio dos Anjos, e seus comandados, encararam o desafio
de frente e construíram uma vantagem parcial de 1x0. Apenas esqueceram que o
jogo só termina quando acaba.
Sofrer um gol nos acréscimos
para quem estava voltando a ficar “bem na fita”, na briga pelo acesso, foi o
mesmo que nadar e morrer na praia. Apesar de o Guarani ter sido derrotado pelo
Brusque (3x2), o Bugre segue na vice-liderança do grupo. Náutico e Guarani se
enfrentam no próximo final de semana, em Campinas/SP.
Pois é, meu caro Ival
Saldanha! O futebol pernambucano se apequenou demais. O choque de realidade
imposto pelos resultados do final de semana explicam “o silêncio da bola”.
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