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| Reprodução Carlos Balbino, Santa Cruz do Capibaribe |
Um pernambucano
que tombou no Monte Castelo
Se vivo fosse, neste
20-10-2025, meu tio Otávio, um herói nacional, estaria completando 104 anos. Nascido
na Vila Pará, na época pertencente a Taquaritinga do Norte, e desde 29-12-1953
fazendo parte do município de Santa Cruz do Capibaribe, que acabava de surgir, cabo do Exército
Brasileiro, Otávio era o caçula de 13 filhos e filhas do casal Tito Sinésio
Aragão e Maria da Silva Aragão, entre os quais meu pai, Abner Sinésio Aragão.
Ele foi um dos sete pernambucanos
mortos, vestindo a farda verde oliva, na Segunda Guerra Mundial, quando o
Brasil fez parte das Forças Aliadas que combateram o eixo formado pela
Alemanha, Itália e Japão. O cabo Otávio, com o qual tive, como criança, a honra
de conviver, embora por pouco tempo, tombou, vítima das balas nazistas, numa
incursão de um batalhão brasileiro ao Monte Castelo, um dos últimos redutos dos
nazistas agrupados por Hitler. O triste fato aconteceu em 30-11-1944, quando
ele tinha 23 anos de idade, e o trágico conflito mundial se aproximava do fim,
o que ocorreria em 9-8-1945.
Em Santa Cruz do Capibaribe,
Caruaru, onde nosso herói também morou, no Recife e no Rio de Janeiro existem
ruas com seu nome. Os restos mortais do cabo Otávio estão depositados na Praia
do Flamengo, no Rio, no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra.
A história desse herói
santa-cruzense está narrada num livro escrito por Neusa Aragão Barros, uma de
suas muitas sobrinhas. Assim estão descritos seus últimos momentos no “História
de um Expedicionário”:
“30 DE NOVEMBRO DE 1944 – Os
acontecimentos deste dia me foram relatados primeiramente por SIZENANDO LOPES
DE BARROS, que testemunhou e viveu a primeira batalha de Monte Castelo,
juntamente com Otávio, e viu este triste acontecimento.
Tendo sobrevivido ao nefasto
29 de novembro, a ordem era voltar ao ponto de partida. Quando alvorecia o dia
30, quando retornavam às bases, atendendo a ordens superiores, em condições
extremamente difíceis, em consequência da última batalha, da chuva, da lama,
que há mais de quatro dias dificultava o deslocamento das tropas naquela frente
de combate, os “boches” alemães aproveitando-se daquele quadro sinistro de
dificuldades, lançaram implacavelmente granadas de morteiro, atingindo a região
lombar esquerda do Cabo OTÁVIO.
Ferido mortalmente foi
conduzido ao hospital e faleceu no mesmo dia 30, em consequência destes
sofrimentos. Na localidade de Bombiana, no Vale do Rio Reno, tombou o nosso
HERÓI em plena frente de batalha.
Doou a sua vida jovem, cheia
de entusiasmo e amor à PÁTRIA”.


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