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Reprodução |
Lenivaldo Aragão
Muriel; Arnaldo, Mateus Silva, Carlinhos (João Maistro) e
Igor Fernandes; Samuel, Wenderson (Otusanya) e Vitinho (Lucas Cardoso); Hélio
Borges (Igor Bolt), Bruno Mezenga (Paulo Sérgio) e Vinícius. Técnico: Hélio dos
Anjos.
Estes nomes entraram de maneira definitiva e com honraria na
história do Clube Náutico Capibaribe. Marcaram, como protagonistas, a dramática
e esfuziante vitória por 2 x 1, sábado, 11-10-2025, sobre o Brusque, diante de 16.077
torcedores – renda de R$ 401.396,74 – no Estádio dos Aflitos.
O triunfo sobre o quadricolor de Santa Catarina significou
a volta do Timbu à Série B do Campeonato Brasileiro, de onde foi defenestrado
em 2017. Depois de peregrinações pelas Séries D e C – nesta participou das três
últimas edições (2023-24-25) –, o Alvirrubro
está novamente na Segunda Divisão, com planos de retornar à Série A, na qual
esteve pela última vez em 2013, portanto, há 12 anos.
A pretensão da conquista do título da Série C 2025 pelo Timbu foi de água abaixo. A decisão, depois da definição dos quatro clubes beneficiados pelo acesso – Londrina (PR), Náutico (PE), Ponte Preta (SP) e São Bernardo (SP) – reunirá Londrina e Ponte. Para o time da Conselheiro Rosa e Silva, o troféu de campeão seria um apreciável algo mais, no entanto, a alegria pela simples ascensão à elite não tem sido menor. Aqui uma observação: na imensidão de comentários, uns com alguma base, outros não, naturais em torno de decisões relevantes, como o Náutico, além da vitória sobre o Brusque precisasse de um insucesso do Guarani diante da Ponte, e em função de a dupla ser da mesma cidade, Campinas-SP, chegou-se a admitir que a Macaca iria baixar a bola perante o Bugre, não obstante, a tradicional rivalidade doméstica. Longe disso. A Ponte, já estava garantida, mas tinham a pretensão de obter o primeiro título nacional da sua história, de 125 anos, galardão que vai disputar com o Londrina.
O jogo Náutico 2 x 1 Brusque apresentou uma série de nuances emocionantes. Havia a possibilidade de, numa das fórmulas que conduziriam o Náutico à Série B, ser necessário um saldo de gol de pelo menos quatro para superar a marca do Guarani. O time da casa conseguiu espremer o adversário, criou várias oportunidades – o goleiro Matheus Nogueira fez algumas boas defesas – mas teve que se contentar com o placar de 1 x 0 no primeiro tempo, gol de Hélio Borges aos 32. O ímpeto da torcida, espalhando
seu entusiasmo para dentro do gramado não diminuía porque àquela
altura, com a Ponte Preta vencendo no Moisés Lucarelli, os bons ventos, sem
aflição, iam conduzindo o time da casa para o andar de cima.
Segundo tempo, Brusque pressionando, Náutico segurando a
barra, quando, aos 30 minutos, ouviu-se aquele ôôôôô característico das
decepções, percorrendo os Aflitos de canto a canto. O Bugre acabara de empatar com
um gol contra do alvirrubro Mateus Silva. A vaca estava indo pro brejo, como
dizia João Saldanha, e a segunda vaga no Grupo B caía no colo da equipe “barriga
verde”.
Àquela altura, o técnico Hélio dos Anjos já havia acionado
o centroavante Paulo Sérgio, que recebeu, das mãos do capitão Vinicius, a bola
para cobrar o pênalti que botou o Náutico novamente na Série B.
Alegria nos Aflitos, mas antes da explosão final ainda
houve aquele momento de angústia, com a possibilidade da marcação de uma
penalidade máxima contra o Náutico, que só não existiu porque antes havia sido
assinalado impedimento do ataque catarinense. Haja sofrimento.
Quanto Paulo Sérgio, para mim um centroavante
característico, mostrou ser um predestinado
na fase final do mata mata. Vindo de uma contusão que o deixou várias rodadas fora
de combate, no jogo anterior contra o Guarani, foi acionado por Hélio dos Anjos,
com a partida se aproximando do fim, e o Náutico perdendo por 1 x 0. O camisa 9 marcou o gol que botou o
Alvirrubro novamente na luta. Nos Aflitos contra o Brusque, a situação foi idêntica.
O ainda cambaleante centroavante novamente saiu do banco para levar o Timbu ao
triunfo consagrador.
Na manhã deste domingo (12), mal os raios solares começaram
a se espraiar pela imensidão do Atlântico, criando um clima bastante propício, como
se estivesse recordando o hino do Timbu Coroado (“Desde cedinho já está
acordado”), muito alvirrubro mostrava sua felicidade, desfilando pelo calçadão
da Praia de Boa Viagem envolvido numa camisa alvirrubra, destilando seu amor ao
clube do coração e desfrutando do momento consagrador.
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A torcida comemorou o acesso no gramado dos Aflitos (Foto: Genival Paparazzi |
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