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Foto: Arquivo |
O SONHO BILIONÁRIO
Por CLAUDEMIR GOMES
O futebol brasileiro sempre foi um território explorado por sabidos. As traquinagens acontecem em todo lugar, e o tempo todo. Dentro da nova ordem existem duas vertentes que andam a galope: as Bets e as SAFs. Quem quer ser milionário? A pergunta que ecoa como mote de programa de televisão, mexe com o universo do futebol, onde a conjugação de dois verbos leva multidões à loucura: vencer e somar.
O Brasil é o país da jogatina.
Isto é fato. Ninguém discute. E tudo começa pelo Governo Federal, que
administra um grande número jogos com a chancela da CAIXA. Antigamente se
sonhava com as botijas, hoje, com as Loterias da CAIXA. Afinal, todo brasileiro
quer ser milionário. E ninguém resiste ao apelo para fazer uma fezinha. Da
poltrona de sua casa você recebe o convite dos seus ídolos para mergulhar no
dourado mundo das bets. Trata-se de um universo onde todos ganham, ninguém
perde. Não sei como acontece tal mágica. Perguntei aos ilusionistas, Henry
& Klauss, quando passaram pelo Recife, mas nem eles, que são mestres na
arte de levitar, souberam juntar as pontas.
Para os clubes que estão na
pindaíba, onde a recuperação financeira não resolve, o caminho da salvação é a
SAF. O futebol está cheio de exemplos exitosos de Sociedade Anônima do Futebol,
mas existe um outro tanto que não deu certo. Tudo vai depender do acerto de
grandes e pequenos detalhes. Há um ano que o torcedor do Santa Cruz acalenta o
sonho de ver seu clube do coração se transformar numa agremiação bilionária.
Chega de migalhas! E o tapete vermelho foi estendido aos investidores. Ciente
de todas as dificuldades que foram postas no tabuleiro, o presidente Bruno
Rodrigues revelou a habilidade dos grandes mestres. Aparou muitas arestas, mas
chegou o momento de equacionar o resto dos problemas.
O Conselho Fiscal e a Comissão
Patrimonial, que não têm poder de veto, apresentaram seus relatórios com
algumas ressalvas. Os relatórios serão apresentados aos conselheiros, em
primeiro momento, para discutir os pontos divergentes; e numa segunda reunião
para aprovação da criação da SAF. Existe um grupo que é a favor do contra, vem
trabalhando para obstacular a assinatura do contrato. Entretanto, todos têm o
mesmo pensamento: a SAF é a saída do caos. Evidentemente que, toda sociedade é
cercada de riscos. Principalmente depois que foi criado um tal de “item de
confidencialidade”. Recordo que, em 1993, quando o Santa Cruz tinha como gestor
o presidente, Alexandre Moreira – Mirinda – surgiu no mercado do futebol
brasileiro, surfando nas ondas da Seleção Brasileira, um empresário – Glauco
Timoteo – com planos mirabolantes para os clubes de massa. Tomou como protótipo
o Paysandu, de Belém do Pará e apresentou um projeto deslumbrante para o Santa
Cruz. O clube passaria a ser dotado de três sedes: a do Arruda, uma sede
campestre e uma outra na praia. A proposta era mais encantadora do que as Mil e
Uma Noites. À época, João Caixero de Vasconcelos deu seu grito de alerta e
trabalhou no sentido de desconstruir o sonho que podia ter sido um pesadelo. O
primeiro encontro do presidente Bruno Rodrigues com os administradores da SAF
acontece nesta terça-feira (7), oportunidade para se pôr os pontos nos Is.
O Conselho Deliberativo tem
poder de veto, o mesmo acontecendo com a Assembleia dos Sócios, órgão máximo
que baterá o martelo. Aposto na aprovação, pois tudo está bem mastigado para
que ninguém se engasgue com os pequenos caroços. Que venha o Santa Cruz
bilionário!
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