A PICADA DO GALO
Por CLAUDEMIR
GOMES
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Foto: reprodução Alexandre Guzanashem/Da Press) |
O
Sport contabilizou mais uma derrota (3x1) na edição 2025 do Campeonato
Brasileiro. Desta feita o Leão se curvou ao Atlético Mineiro, num jogo válido
pela décima-quarta rodada. Como se tratou de uma partida em atraso, e o time
leonino só contabilizou sua primeira vitória na décima-nona rodada, este
tropeço não alterou o script. O rótulo de lanterna que o Sport carrega desde
sempre, funciona como uma chancela para que os adversários se sintam confiantes
de que somarão os pontos em disputa. Foi justamente isso que ocorreu com o
Atlético Mineiro, que atravessava um momento de instabilidade na competição, e
encarou o confronto com o último time colocado na tabela de classificação como
a oportunidade de virar a chave.
Não
faltou vontade aos comandados de Daniel Paulista, entretanto, mais uma vez
ficou claro que o conjunto não tem qualidade para sobreviver na Série A.
Empenho e entrega não basta, visto que, em algum momento, a falta de qualidade
leva a equipe a cometer erros que são explorados pelos oponentes.
Quando
vi o Sport entrar em campo com o padrão amarelo, falei cá com meus botões: isso
é um tremendo agouro. Creio que tal superstição se deve ao fato de ter
testemunhado muitos protestos da saudosa, Dulce Mousinho, uma das maiores
amantes do Sport. Ela tinha horror ao padrão amarelo. Desde aquela época, já se
passaram três décadas, que olho para a camisa amarela de forma atravessada,
embora siga hipnotizado com a beleza do girassol.
Nos
dias de hoje o que o Sport menos veste é o manto rubro-negro. O Leão tem roupa
azul, rosa, preta, amarela, branca, laranja... Apesar desse universo colorido,
que vai das chuteiras às tranças dos jogadores, o time não deixa a lanterna que
aponta para um futuro preto e branco. Deixemos as tergiversadas e voltemos ao
jogo: o Sport fez uma apresentação no limite do que pode produzir. O
questionamento de Lucas Lima no banco pode ser explicado pelo seu esgotamento
físico, isso porque nenhum outro armador tem um potencial técnico igual ao seu.
Mas a Série A exige dos jogadores uma dinâmica muito grande, coisa que o craque
leonino não tem mais a oferecer. O tempo impõe limites a todo ser humano. Sempre
que o Sport vai jogar em Belo Horizonte recordo a inesquecível tarde do mês de
novembro do ano 2000. O Leão, a época comandado por Emerson Leão, que acumulava
os cargos de técnico do Sport e da Seleção Brasileira, fazia uma campanha
brilhante na Copa João Havelange. Por outro lado, o Atlético Mineiro não
aspirava mais nada na competição. Leonardo foi a campo abençoado pelos deuses
do futebol e protagonizou um momento histórico ao marcar cinco gols na goleada
de 6x0 que o Leão aplicou no Galo. O outro gol foi de Tailson.
De lá
pra cá o Campeonato Brasileiro mudou a forma de disputa, passou a ser disputado
pelo sistema de pontos corridos, e o Sport nunca mais conseguiu vencer o Galo
das Alterosas em Minas Gerais. Quando um time é rotulado como LANTERNA, não há
como ter bons sentimentos. É assim que o Sport avança na sua marcha regresso.
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