O LEÃO RESPIRA




A vitória por 2 x 1 sobre o Vasco da Gama deu novo alento ao Sport, mantendo entre os torcedores leoninos a esperança de ver seu time escapar do rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. Voltar para a Segunda Divisão era uma possibilidade impensável para um clube que, ao começar o Brasileirão, projetava obter, no mínimo, uma vaga para disputar a Copa Sul-Americana. Tateando há várias rodadas na indesejada zona de rebaixamento.

Apesar do triunfo sobre os vascaínos, o Leão ainda não conseguiu sair do abismo em que se meteu, devido à incompetência que passou a demonstrar no período pós-Copa do Mundo. Mas reacendeu a lâmpada em meio à escuridão reinante na sala do desespero.


SOBE E DESCE – A situação do Sport é muito dramática, mas ainda há chance de salvação. No momento, o time da Ilha do Retiro está na frente, apenas, do lanterna Paraná, que tem 17 pontos e acaba de contratar o técnico Dado Cavalcanti. O Sport, 19º, tem 30, abaixo de Chapecoense e Ceará, ambos com 31.  Estes, portanto, são os integrantes do G 4, sendo que Chapecoense e Ceará jogam neste domingo (21) fora de casa contra Cruzeiro e Palmeiras, respectivamente.

Vamos dizer que a lógica prevaleça e eles percam. O Sport não sai do lugar, mas é beneficiado por seus concorrentes ficam paralisados. Esse sobe e desce faz lembrar uma antiga sátira carnavalesca no tempo em que o presidente Getúlio Vargas era cercado por um batalhão de bajuladores: “Lá vem o cordão dos puxa sacos /Dando vida ao seu maioral / Quem é da frente é puxado para trás...”

Na próxima rodada, mais chumbo grosso. O time leonino vai a Porto Alegre encarar o Grêmio. Afora o tricolor gaúcho, o Sport ainda terá, pela ordem: Ceará (em casa), Fluminense (fora), Vitória (c), Flamengo (c ), Chapecoense (f), São Paulo (f) e Santos (c). Matematicamente tem chance, sim, e se jogar como nesse sábado (20), independentemente das lambanças da arbitragem e do pênalti perdido por Gabriel, o torcedor rubro-negro não perde por confiar. Tem pedreiras no caminho do Sport? No dos seus adversários a escrita é a mesma.


SEM GRAÇA – O vice-presidente do Náutico, Diógenes Braga, fez restrições ao modelo aprovado pelo Conselho Arbitral para o Campeonato Pernambucano de 2019. Dos dez clubes participantes, oito classificam-se para a segunda fase, ou quartas de final, de onde sairão os semifinalistas. A dupla que sobrar, estará automaticamente rebaixada para a Série A 2, ou Segunda Divisão. O presidente da FPF, Evandro Carvalho, queria apenas seis clubes, porém, ele não vota, apenas sugere. 


 A VEZ DE NILSON – O ex-goleiro sergipano Nilson, que defendeu o Santa Cruz e o Náutico, tendo encerrado a carreira em Portugal, está reaparecendo no futebol pernambucano, mas como técnico. Vai dirigir o Flamengo de Arcoverde. Depois que descalçou as chuteiras, no outro lado do Atlântico, começou a se preparar para a nova missão, fazendo cursos e se aprimorando. Depois de muito tempo, encontrei-o no 1º Congresso do Futebol Pernambucano, promovido recentemente pelos treinadores Roberto Fernandes (CRB) e Dado Cavalcanti (Paraná).

PERNA CURTA – A história me foi contada por Ivan Brondi, o capitão do Hexa. O Náutico tinha contratado o quarto zagueiro Newton dos Santos, que saíra do Sport. Não confundir com Nilton Santos, o do Botafogo e da Seleção. O nosso, que Deus já levou, tinha sido revelado pelo América, e da Estrada do Arraial pulara para a Praça da Bandeira.

Com o ex-rubro-negro nos Aflitos, logo começou entre os torcedores a expectativa pela estreia da nova aquisição, posto tratar-se de um jogador já consagrado no futebol pernambucano. Na verdade, um craque. Acontece que Fernando Biquara, recentemente falecido em Portugal, ocupava a posição e estava muito bem.  Não dava brecha. Até que o técnico Duque começou a fazer uma série de testes físicos entre os dois, como corrida de 100 metros, saltos, impulsão e por aí vai. Era uma tentativa de encontrar uma justificativa para barrar Fernando.

Acontece que Biquara ia comendo de coco, estava sempre na frente de Newton. Matreiro, como sempre, Duque inventou que o prata da casa tinha uma perna mais curta do que a outra e não podia permanecer no time. Como prata de casa, Fernando Biquara aceitou a barração resignadamente. Mas não perdeu a oportunidade de fazer sua ironia, quando foi escalado para ficar na reserva, no jogo de estreia de Newton dos Santos: “Oxente, chefe. E com a perna mais curta pode ficar no banco?” Duque fez que não era com ele.



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