Essa novidade de o Santa
Cruz estar vendendo ovos para ajudar na construção do Centro de Treinamento
Rodolfo Aguiar-Ninho das Cobras, na região da Estrada da Muribeca, na Guabiraba, Região Metropolitana do Recife, leva o ex-craque Luciano, eterno ídolo do
povão, a fazer uma sugestão aos dirigentes do Clube das Multidões, principalmente
a João Caixero, que está à frente de tudo.
– Por que não se aproveita o
terreno em redor dos campos para plantar verduras, que poderão ajudar na
alimentação da meninada, mais tarde? É uma economia boa. Ali o solo é bom e
chove bastante. É uma área muito produtiva – afirma o ex-meia armador do
Santinha.
Luciano, pentacampeão pernambucano
pela Cobra Coral, denominado A Maravilha do Arruda pelo jornalista Paulo
Moraes, lembra que um clube em condições difíceis, como o Santa, atualmente,
precisa explorar novas ideias para melhorar sua arrecadação.
O ex-craque Luciano não se conforma com a falta de preliminares nos jogos |
CORINTHIANS COMO EXEMPLO
O ex-jogador esteve há
poucos dias em São Paulo para mais uma festa comemorativa da conquista do
título de campeão paulista de 1977 pelo Corinthians, quebrando um jejum de 23
anos. Ele foi um dos campeões naquela noite histórica da sensacional vitória
sobre a Ponte Preta, no Estádio do Pacaembu.
– Lá no CT do Corinthians,
eles não plantam gêneros alimentícios, e sim, grama, do mesmo tipo daquela que
cobre os campos de treino. Essas áreas devem ser aproveitadas – sugere o
pesqueirense Luciano Jorge Veloso, irmão de Paulo Veloso e filho de Manoel
Veloso, também jogadores, só que o pai, ao contrário dos filhos, limitou-se ao
futebol amador.
A plantação de grama no
Corinthians certamente não é uma coisa improvisada, mas seguindo os preceitos
que a qualidade do material exige, e dá ao clube a vantagem de se abastecer com
os próprios meios, quando se trata de fazer consertos nos gramados.
FALTA DE PRELIMINARES
Luciano muda de assunto e, do alto de sua experiência, pois foi campeão estadual pelo Santa Cruz (1969 a 197/3),
Sport (1975) e Corinthians (1977), tendo vestido também as camisas da
Portuguesa de Desportos(SP), Juventus (SP), Náutico e Central, lamenta
profundamente a situação em que o futebol pernambucano se encontra. Santa Cruz
e Náutico estarão no próximo ano mais uma vez na terceira divisão nacional.
Como o Sport ainda luta para escapar do rebaixamento, se não conseguir este
objetivo, o outrora decantado futebol da terra dos campeões mundiais Vavá
(1958/62), Ricardo Rocha (1994) e Rivaldo (2002), passará batido pela Série A
de 2019.
Luciano, saído da base do
Santa Cruz, embora tenha dado os primeiros passos no juvenil do CRB, mesmo
sendo pernambucano, é do tempo em que os aspirantes e posteriormente os
juniores jogavam nas preliminares das partidas de profissionais. Isso fazia com
que a prata da casa começasse a interagir com o público, principalmente nos
dias de casa cheia, e se sentisse mais motivada.
– A gente (a Associação dos
Craques Eternos) tenta motivar a Federação para voltar as preliminares, mas o
presidente (Evandro Carvalho) diz que os clubes não concordam. Já os clubes dizem que é a Federação que não
quer. Há ainda uma justificativa da Federação
de que o sol na hora das preliminares é prejudicial à saúde da meninada. Acho
que o futebol pernambucano é quem perde.
CAMPEONATO CURTO
Outra restrição que Luciano
faz é ao espaço reduzido que os clubes têm para jogar a não ser aqueles que estão
nas Séries A e B.
– Um campeonato como o de
agora, isso pra mim não é campeonato, é torneio-início.
Nessa sua alfinetada, o
homem que tinha uma bomba nos pés, como definiam os jornalistas, refere-se a um
evento que tinha a finalidade de apresentar s equipes que participariam do
certame. Numa tarde só, o evento reunia todos os times, em partidas curtas – 20
minutos – e eliminatórias, até ser conhecido o campeão do torneio.
No caso da pouca duração dos
campeonatos atuais, talvez Luciano não saiba, mas o buraco é mais embaixo, pois
o calendário nacional é imposto pela CBF. Esta, com seu invés estritamente
comercial, o que acontece de algumas décadas para cá, pouco está está se
lixando se algumas agremiações centenárias vão ficando cada vez mais debilitadas
e sem espaço para cumprir a finalidade para a qual foram criadas.
TORNEIOS ESTADUAIS
Há casos em que os clubes
que não estão nos campeonatos nacionais disputam torneios locais, como já
existiu entre os pernambucanos, com a extinta Copa Pernambuco.
No Ceará há a Taça Fares Lopes, cuja nona
edição foi encerrada domingo passado (4), com o atual campeão do Estado, o
Ferroviário, sagrando-se campeão numa decisão com o Caucaia. O prêmio é a
participação do time coral na Copa do Brasil, como terceiro representante do
futebol alencarino. Disputaram ainda o torneio,ainda, Ceará, Fortaleza
(estes com a equipe B), Iguatu, Pacajus, Horizonte, Floresta e Guarany. Se o campeão fosse o Fortaleza ou o Ceará, que já estão no torneio nacional, a vaga passaria a ser ocupada pelo vice-campeão.
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