No primeiro jogo do Náutico contra um time argentino houve 16 gols




O amistoso contra o Club Atlético Newell’s Old Boys, na reabertura dos Aflitos, em 16 de dezembro, ou seja, daqui a um mês, será o quarto do Náutico com um time da Argentina. A estreia foi trágica. No dia 29 de janeiro de 1937, os torcedores pernambucanos e não apenas os alvirrubros estavam agitados. Seria realizada a primeira partida internacional no Recife.
O Timbu recebeu o argentino Atlanta, no campo da Avenida Malaquias, no bairro dos Aflitos, mais ou menos onde está situada a AABB (Associação Atlética Banco do Brasil). O amistoso caracterizou-se pela ampla movimentação do placar
. Foram marcados 16 gols, mas quem fez o carnaval na terra do frevo foi a equipe visitante, que levou a melhor por 10x6. Com isso, os argentinos confirmaram o prestígio de que desfrutavam na América do Sul, onde já disputavam a liderança do continente com os brasileiros.
Apesar do insucesso alvirrubro, o grande atacante Artur Carvalheira balançou a rede do adversário quatro vezes, cabendo a seu irmão Zezé Carvalheira  e a Siduca completar a contagem para os locais.
A equipe do Náutico naquele amistoso histórico foi Orlando (Muniz); Fernando Rodrigues e Salsinha; Zé Orlando, Edson e Ernani; Zezé, Artur, Fernando, Bermudes (Sidinho), Celso e Siduca.
Para se fortalecer, o Náutico jogou com alguns jogadores de outros clubes, emprestados, o que era uma praxe, na época. Mas não funcionou, levando-se em consideração o placar.

DERROTA PARA O VELEZ

Inicialmente foi dito neste texto que o Newell’s Boys seria o terceiro time argentino a enfrentar o Náutico. Errado. O amistoso de 16/12/2018 será o quarto do Timbu contra uma equipe do país vizinho. Depois de ser goleado pelo Atlanta, o alvirrubro da Av. Conselheiro Rosa e Silva voltou a manter intercâmbio com o futebol da terra de Carlos Gardel no dia 6 de dezembro de 1951, conforme lembra o pesquisador,médico e escritor Lucídio Oliveira, autor, entre outros, do livro O Náutico, a bola e as lembranças.
O adversário da timbuzada, naquela ocasião, foi o Velez Sarsfield. Jogo realizado nos Aflitos. O Náutico estava empolgado porque quinze dias antes havia goleado o Sport por 5 x 1 numa situação atípica. Perdia por 1 x 0 e foi obrigado a colocar o zagueiro Lula improvisado na barra, depois que o goleiro Vicente se machucou e não teve mais condições de continuar em campo. Naquela época não havia substituições, e a equipe alvirrubra, que jogava em casa, teve que se virar com 10 homens. Mesmo assim estabeleceu uma virada heroica.
O Velez Sarsfield mostrou um grande futebol e saiu de campo com as honras de vencedor. Placar de 3 x 2 para os visitantes, tendo sido os dois gols do Náutico assinalados por Caiçara, de pênalti, e Fernandinho. A equipe do Náutico foi esta: Azulão (Paulinho); Sidinho e Lula (Genaro); Ivanildo, Gilberto e Caiçara; Hélio Mota, Fernandinho, Djalma (Bororó), Alcidésio e Zeca. A arbitragem foi de Argemiro Felix de Sena, conhecido como Sherlock.

EMPATE COM O CHACARITA

O Náutico voltou a enfrentar um time da Argentina no ano seguinte, novamente no Estádio Eládio de Barros Carvalho. O adversário foi o Chacarita Juniors, e o Timbu, que era tricampeão estadual, dividiu a contagem com os argentinos por 2 x 2. Os gols da equipe da casa foram marcados por Hélio Mota e Ivson, tendo o Timbu utilizado esta formação: Manuelzinho; Caiçara e Lula; Gilberto, Irani e Jaminho; Wilton, Djalma (Ivanildo), Ivson, Hélio Mota e Zeca )Marcos).
O técnico era José Mariano Carneiro Pessoa, o célebre Palmeira. A arbitragem coube a Raul Iglesias. Em dinheiro da época, o amistoso internacional rendeu 182 mil e 300 cruzeiros.


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